Alguns centros culturais ao nível da cidade capital contactados pelo Jornal OPAÍS fizeram um balanço positivo do ano que vai terminar, em termos de actividades realizadas, e apontam a aproximação com o público de diferentes estratos sociais como uma das principais conquistas alcançadas
Com a aproximação do culminar dos 365 dias que compõem um ano, o responsável pelas actividades culturais do Memorial Dr. António Agostinho Neto, Rigoberto Fialho, avançou que a instituição cumpriu integralmente a programação previamente agendada, com zelo e dedicação.
E que, ao longo do ano, o espaço recebeu cerca de 17 mil visitantes, entre nacionais e estrangeiros, estudantes, investigadores, público em geral, músicos, grupos corais religiosos e artistas plásticos, entre outros. “O Memorial Dr. António Agostinho Neto encerra o ano de 2025 com um balanço globalmente positivo, marcado pela consolidação do seu papel enquanto espaço de preservação da memória histórica, promoção da cultura e valorização do pensamento do Fundador da Nação Angolana”, destacou.
Na sua perspectiva, as iniciativas desenvolvidas permitiram reforçar a aproximação do público, sobretudo estudantes, investigadores e jovens, ao legado político, literário e humano de Agostinho Neto. Apesar dos progressos registados, Rigoberto Fialho reconheceu que a instituição ainda enfrenta desafios, sobretudo no domínio da modernização das infra-estruturas, digitalização do acervo e reforço dos recursos técnicos e financeiros necessários à ampliação da programação cultural.
Ressaltou, igualmente, que algumas iniciativas previstas não foram concretizadas, como a implementação plena de plataformas digitais de difusão cultural, a realização de intercâmbios internacionais e a requalificação de determinados espaços internos. Ainda assim, o Memorial reafirma o seu compromisso com a melhoria contínua e o cumprimento da sua missão institucional.
Actividades realizadas
Ao longo do ano, o Memorial promoveu um conjunto diversificado de actividades culturais e educativas, com destaque para o colóquio “Angola 50 anos, Sociedade e Desenvolvimento – Diálogos Multidisciplinares”, palestras, 11 concertos intimistas com apoio do Banco Caixa Angola, recital de piano com Horácio Soneha e Alexei Shakitko, bem como diversas exposições temáticas.
Para 2026, o Memorial Dr. António Agostinho Neto projecta o reforço da programação cultural regular, a ampliação das parcerias nacionais e internacionais, o investimento na digitalização do acervo e o desenvolvimento de programas educativos dirigidos à juventude, consolidando-se como um centro de referência da memória, cultura e reflexão nacional.
Palácio de Ferro com índices elevados de aderência do público
O director-geral do Palácio de Ferro – Património Cultural, João Vigário, considerou que 2025 foi o ano mais desafiante dos últimos três anos à frente da instituição. Ainda assim, graças à entrega e compromisso da equipa, foi possível cumprir mais de 97% das actividades programadas.
Segundo o dirigente, para além da programação habitual, a instituição associou-se às celebrações dos 50 anos da Independência Nacional, encerrando o ano com o concerto de ouro “Só Cordas”, do artista residente Totó ST.
“De uma maneira geral, podemos considerar que 2025 foi um ano desafiante, mas muito positivo. Tivemos um feedback muito forte do público, foi o ano com maior adesão às nossas iniciativas, tanto a nível do público físico como virtual, e aquele em que mais material produzimos para divulgação nas redes sociais e na imprensa”, afirmou com satisfação.
Projectos para 2026
João Vigário assegurou que a programação com boa aceitação será mantida e melhorada em 2026, com a introdução de novas rubricas e projectos. “Actualmente contamos com 14 rubricas e, em 2026, passaremos a ter 16, sem descurar as iniciativas de parceiros ligadas às diferentes disciplinas artísticas existentes no país”, concluiu.
Celebração dos 30 anos de existência do Centro Cultural Português Camões
Ao destacar melhorias significativas na comunicação com o público, o assessor do Camões – Centro Cultural Português, João Azeredo, afirmou que o balanço das actividades de 2025 foi igualmente positivo, “Passámos a comunicar de forma mais eficaz e eficiente, com uma agenda cultural mais próxima do público.
Foi uma transformação na forma como o centro se apresenta, o que nos permitiu aumentar o número de espectáculos e eventos”, referiu. Em 2026, o centro celebrará 30 anos de existência, pelo que toda a programação do ano estará voltada para esta efeméride. Para além das actividades regulares, haverá uma programação especial comemorativa.
Entre as iniciativas previstas, consta a realização de uma exposição do artista plástico angolano Álvaro Macieira, no dia 21 de Janeiro, bem como a promoção de mais espectáculos infantis, entre outras actividades.
Atelier D’Artes dinamiza o espaço
O responsável do Atelier D’Artes Lucengomono, Francisco Makiesse, considerou o balanço de 2025 muito positivo. Entre os concertos realizados, destacam-se Ombembwa, com Delnata Praia; Sarau de Nkembo (1.ª edição), com a Banda Essencial; Tocar Angola (2.ª edição), com Mário Gomes; Kambanza Sou – Alma da Guitarra (2.ª edição), com Max de Jesus; e PoesiCultura (3.ª edição), com Lopito Feijóo, Bel Neto e convidados. “Conseguimos realizar o maior número de actividades até ao momento, incluindo concertos anuais, ciclos de formação em música e teatro, performances temáticas, a implementação efectiva do Lab Teatro, programas semanais de rádio e a cobertura de inúmeros eventos culturais e artísticos”, afirmou.
Para 2026, a instituição pretende intensificar a divulgação da identidade cultural através do teatro, da música e das novas mídias, dando continuidade aos eventos anuais, aos temas de pesquisa e estudo científico e à agenda semanal.









