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A decadência moral nas instituições do Estado

Jornal OPaís por Jornal OPaís
12 de Dezembro, 2025
Em Opinião

As instituições do Estado deveriam ser casas de serviço público, exemplos de integridade e respeito. Porém, tornaram-se, em muitos casos, palcos de intrigas, manipulações e interesses pessoais que sufocam o mérito e esmagam quem apenas quer trabalhar com dignidade. A falta de escrúpulos tornou-se regra, não excepção. E o silêncio institucional apenas agrava o problema. O servidor público deveria ser referência de patriotismo.

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Mas alguns transformaram o Estado numa máquina de benefícios privados, onde quem mais trapaceia mais sobe. As portas abrem-se não para quem trabalha, mas para quem sabe dobrar a moral. E o país paga um preço alto pela corrupção de valores que já deveria estar ultrapassada. A solidariedade, que deveria ser base de qualquer equipa, evaporou-se. O colega de mesa virou concorrente. O colega do sector virou ameaça.

O ambiente tornou-se um campo minado onde ninguém partilha, ninguém ampara e ninguém ergue ninguém. Cada um luta sozinho num sistema que deveria proteger todos. A humildade também se perdeu. Muitos confundiram cargo com grandeza, título com sabedoria e poder institucional com superioridade moral. Não entendem que autoridade sem ética é apenas abuso. E abuso no Estado é crime contra a própria Nação.

Há quem se alegre com o ambiente tóxico, como se o caos fosse troféu. Alimentam mal-entendidos, espalham boatos, manipulam narrativas. Sentem-se fortes quando destroem o outro. Mas esquecem que a glória construída sobre ruínas humanas não se sustenta. Um dia cai. Muitos vestem-se de ovelhas, com discursos doces e sorrisos calculados.

Mas por trás da imagem polida, vivem lobos prontos para dilacerar quem ameaça a sua zona de conforto. São rosas aromáticas na aparência, mas com espinhos que ferem fundo sempre em silêncio. E há também os que deslizam como cobras, rastejando discretamente pelos corredores institucionais. Aproximam-se devagar, conquistam confiança e depois atacam sem aviso. São hienas modernas que riem enquanto prejudicam, celebram enquanto destroem e fingem amizade enquanto corroem. É triste ver jovens talentosos venderem-se tão cedo.

Jovens com formação, inteligência e oportunidades contam-se entre os primeiros a ceder por mais cem ou duzentos mil kwanzas. Vendem o carácter por quantias vergonhosamente pequenas. E carregam para sempre a mancha dessa escolha. Esses comportamentos envergonham pais, filhos e uma sociedade que espera do serviço público um exemplo de decência. Mas o que vê é moral jogada no lixo, dignidade destruída e reputações trocadas por prazeres momentâneos de humilhar outrem. E o mais preocupante é que esses desvios não são apenas tolerados.

São muitas vezes promovidos. Há chefes, directores, PCA e responsáveis que não só permitem estas práticas como as fundam, alimentam e protegem. Fazem do Estado um feudo pessoal. É inconcebível que instituições criadas para servir o povo se tornem laboratórios de injustiça. Onde o talento é combatido, a competência é vista como ameaça e a inteligência como risco.

E aqueles que brilham, em vez de serem valorizados, são perseguidos com zelo. Há sectores onde processos só andam quando o jeito aparece. Onde documentos desaparecem misteriosamente e reaparecem como mágica quando alguém decide colaborar. A corrupção tornou-se tão comum que já nem choca. É quase linguagem oficial. E muitos chefes fingem que não vêem desde que o esquema lhes sirva.

Algumas instituições tornaram-se verdadeiros cemitérios de carreiras honestas. Gente competente entra com brilho nos olhos e sai quebrada, humilhada, desacreditada. Não porque falhou, mas porque ousou ser melhor do que os que mandam. O sistema expulsa os bons para manter medíocres confortáveis nos seus tronos de papel. Há chefias que exercem poder como castigo. Que humilham, excluem, diminuem e manipulam para alimentar o próprio ego. Transformam o ambiente num reino de medo onde ninguém ousa discordar. Lideram pela força, não pelo exemplo.

E esquecem que autoridade construída no abuso termina no ridículo. E o mais grave é que o Estado conhece esses comportamentos. Estão registados em queixas, relatórios e testemunhos. Mas a máquina prefere ignorar porque corrigir exige coragem.

Coragem para mudar pessoas, práticas e culturas enraizadas. Coragem que nem sempre existe. Há colegas que carregam comportamentos verdadeiramente diabólicos, não pelas mãos, mas pelas atitudes. Usam palavras, intrigas e manipulações para destruir carreiras inteiras. São capazes de matar reputações sem hesitar apenas para garantir um lugar que não merecem.

Agem nas sombras e corroem ambientes. E fingem inocência com uma frieza perturbadora. Existem ainda aqueles que têm a coragem de eliminar não pessoas, mas futuros, oportunidades e dignidades. Sabotam o talento alheio com uma naturalidade assustadora. Cortam asas de quem nasceu para voar mais alto. Matam sonhos com facilidade apenas para engrandecer o próprio ego. São perigosos porque não têm limites internos.

Mas uma verdade permanece invencível: quem sabe sabe. O profissional que estudou, dedicou-se e domina a sua área pode até ser alvo de intrigas. Pode ser pintado de preto por quem não tolera luz. Mas continuará a iluminar, porque conhecimento não se esconde. Quem nasceu luz não se apaga. Quem nasceu com sabedoria não diminui. Quem carrega mérito não será destruído pelas sombras institucionais.

O brilho de quem é verdadeiro sempre encontra caminho, mesmo nos corredores mais escuros do Estado. Em vez de destruir quem sabe, as instituições deveriam aproveitar o talento interno. Deveriam somar capacidades, valorizar quem acrescenta e promover quem constrói. Mas preferem muitas vezes a mediocridade confortável ao talento que incomoda. E isso empobrece o país. Empobrece os serviços.

Empobrece a confiança do cidadão. Empobrece as futuras gerações que crescem a acreditar que subir depende menos do mérito e mais de alianças de conveniência que intoxicam os sectores públicos. É urgente dizer que o Estado não pode continuar refém dos piores entre nós. Os cargos públicos exigem ética, grandeza e compromisso real com a Nação. Não há desenvolvimento possível quando a institucionalidade se curva à pequenez humana.

Ainda assim, no meio desse terreno árido, há quem continue a espalhar luz. Quem trata bem o colega, quem pergunta se está bem, quem dá um abraço sincero, quem oferece paz em vez de intriga. Esses são os verdadeiros pilares do Estado que ainda resistem. Transmitir energia positiva, trabalhar com honestidade e manter a postura íntegra não é ingenuidade. É coragem. É maturidade. É patriotismo no seu estado mais puro.

É o que mantém o país de pé mesmo quando as estruturas tremem. As instituições públicas precisam reencontrar a sua alma. Precisam recuperar a moral perdida. Precisam resgatar o carácter como critério fundamental. O país exige isso.

A sociedade merece isso. E a história cobrará isso. Porque no fim nada substitui o bem. Nada suplanta a verdade. Nada apaga o brilho de quem permanece íntegro. E nada vence o poder do amor ao próximo. Amor gera amor sempre.

Por: YARA SIMÃO

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