Saudações cordiais, caro coordenador do jornal OPAÍS. Na minha visão, Rafael Massanga Savimbi saiu vencedor no Congresso. Parece até brincadeira, mas não. Para quem percebeu a tamanha coragem e ousadia, sem olhar para os resultados numéricos do Congresso, concordará que a estratégia do jovem Savimbi não era ganhar, era outra, e conseguiu.
Sem muito esforço, sem precisar perceber de política e sendo apenas um apostador de Angofoot, qualquer um colocaria o candidato Adalberto Costa Júnior como a equipa que ganha sem sofrer golos, isto é, baliza inviolável. Os números não mentem: Rafael 10% e Adalberto 90%, dados oficiais.
O Rafael Massanga Savimbi é um jovem bastante lúcido e académico, para entender que, neste momento, seria quase impossível ganhar de ACJ, por aquilo que ele representa para o Partido, uma máquina, como ele mesmo admitiu, e para os angolanos, talvez a esperança, talvez…
Apercebendo-se disso, ainda assim, decidiu ir só ao jogo, não para vencer, mas para dar caras. Para dizer que também está aqui, e que, num futuro próximo, ele pode também liderar a casa que o criou.
A isso chamo de jogada para visibilidade, onde o candidato, sabendo que não tem condições de poder vencer agora, usa a corrida eleitoral para ganhar notoriedade ou se posicionar para o futuro. E é exactamente isso que aconteceu.
Após a era ACJ, que acontecerá daqui a pouco, nas fileiras para a sua sucessão, acreditem: o nome Rafael Massanga Savimbi será reservado. Vamos recuar um pouco no tempo. O Presidente Lourenço é prova disso.
Quando era ministro da Defesa, na sua convicção, coragem e determinação, manifestou sua intenção de suceder o presidente José Eduardo dos Santos, e a história já conhecemos. Meus senhores, a política, sobretudo para o contexto africano, é duas vezes mais para os fortes e corajosos, e Massanga venceu nisso.
POR: Elácio Domingos Luanda, Samba








