A procuradoria-geral da República (PGR) anunciou, esta terça-feira, ter formalizado a acusação contra dois cidadãos russos e dois angolanos, detidos a 7 de agosto de 2025, por suspeitas de envolvimento em crimes de financiamento ao terrorismo e outras infracções de natureza conexa
O processo-crime, segundo o comunica- do que chegou à redacção do Jornal OPAÍS, identificado com o n.º 53599/2025, decorreu na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP). Os cidadãos russos Igor Rotchin Mihailovich e Lev Matveevich Lakshtanov, bem como os angolanos Amor Carlos Tomé e Oliveira Francisco, são apontados pelas autoridades como integrantes ou colaboradores de uma organização internacional que, segundo a investigação, tem actuado na desestabilização de Estados e Governos, particularmente no continente africano.
De acordo com a PGR, a instrução preparatória permitiu concluir pela existência de fortes indícios de que os cidadãos russos pertencem a uma estrutura externa especializada no recrutamento e financiamento de cidadãos nacionais com capacidade de mobilização social.
A organização, segundo o Ministério Público, terá promovido actos de desobediência civil generalizada, incluindo os ocorri- dos nos dias 28, 29 e 30 de Julho de 2025, durante a greve dos taxistas, considerada pelas autoridades como um movimento com contornos de instigação coordenada.
A 27 de Novembro de 2025, os arguidos e os seus advogados foram formalmente notificados da acusação, que reúne um conjunto de crimes de elevada gravidade, previstos no Código Penal angolano e na Lei n.º 19/17, de 25 de Agosto, sobre Prevenção e Combate ao Terrorismo.
Aos arguidos são imputados os crimes de espionagem, organização terrorista, financiamento ao terrorismo, terrorismo, instigação pública ao crime, corrupção activa de funcionário e introdução ilícita de moeda estrangeira no país. A Procuradoria-Geral da República não avançou detalhes adicionais sobre eventuais novas diligências, mas indica que o processo segue agora para a fase subsequente, cabendo à instância judicial competente conduzir os próximos passos.









