Em tempos de constante mudança e exigência de resultados concretos, as instituições públicas e privadas enfrentam o grande desafio de garantir que os seus projectos administrativos não apenas alcancem os objectivos imediatos, mas se sustentem ao longo do tempo. É neste contexto que o Plano Estratégico Anual (PEA) se apresenta como uma ferramenta essencial de gestão e governação moderna, e é exectamente neste ponto que os empresários se perdem.
Mais do que um simples documento formal, o PEA é o roteiro que define o rumo da instituição, o que traduz a sua missão e visão em metas mensuráveis, cronogramas realistas e recursos devidamente alocados. Ele serve como um instrumento de disciplina organizacional, de transparência e, sobretudo, de sustentabilidade administrativa; sem este recurso, qualquer instituição simplesmente descamba.
A sustentabilidade dos projectos administrativos depende, antes de tudo, de planeamento estratégico coerente e execução responsável. Projectos iniciados sem um diagnóstico claro, sem indicadores de desempenho e sem avaliação periódica tendem a perder impacto, dispersar recursos e comprometer a credibilidade institucional. Um bom Plano Estratégico deve responder a três perguntas fundamentais:
1. Onde estamos? – Requer uma análise situacional honesta e realista, com base em dados concretos.
2. Para onde queremos ir? – Define metas alinhadas às políticas, à missão institucional e às expectativas dos cidadãos ou beneficiários.
3. Como chegaremos lá? – Determina os meios, prazos e responsáveis, transformando ideias em acções sustentáveis.
Em Angola, muitas empresas, administrações locais e instituições públicas já começaram a adoptar práticas de planeamento estratégico, que integra o controlo interno, a avaliação de desempenho e a prestação de contas como eixos da sustentabilidade.
Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer na cultura organizacional, para que o PEA deixe de ser um mero exercício burocrático e passe a ser um instrumento vivo de gestão de resultados. A sustentabilidade dos projectos administrativos é, no fundo, a capacidade de manter o que se constrói.
E isso só é possível quando há continuidade administrativa, liderança comprometida e monitorização permanente. O Plano Estratégico Anual deve, por isso, ser revisto, acompanhado e avaliado, para que as metas não se tornem promessas vazias, mas compromissos cumpridos.
Num país em que o desenvolvimento institucional é uma prioridade, planear estrategicamente é mais do que uma necessidade, é uma demonstração de maturidade administrativa e de responsabilidade. A sustentabilidade dos projectos nasce do planeamento, cresce com a execução disciplinada e consolida-se com a avaliação transparente.
Por: Yona Soares
“Planeamento não é opção, é sobrevivência” Advogada |









