Dados apresentados, recentemente, pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), na voz do PCA, Anselmo Monteiro, referentes ao período de 2017 a 2025, dão conta de que as instituições religiosas em Angola são as que mais falham na inscrição dos seus trabalhadores na caixa social. Sendo assim, os trabalhadores destas instituições religiosas correm o risco de terem uma aposentadoria pouco agradável, sendo por isso que o Jornal OpAÍS saiu à rua para constatar tais factos e entender, a ser verdade, por que tais igrejas assim não o fazem
Ao longo da exposição, Monteiro apontou directamente para grandes instituições religiosas, como a Igreja Católica e a Igreja de Simão Toco, a par de alguns clubes desportivos, afirmando que muitas delas não garantem a inscrição dos seus sacerdotes e colaboradores.
Segundo o responsável, apenas 6.259 membros do clero católico estão actualmente inscritos no sistema do INSS, número considerado muito aquém do aceitável. “A maioria das instituições religiosas não cumpre com as suas obrigações de protecção social, deixando sacerdotes, funcionários administrativos e outros colaboradores sem qualquer garantia para o futuro, uma vez que a segurança social é um direito e também um dever”, declarou o PCA do INSS, em finais de Outubro, durante a apresentação dos resultados desta instituição no período de 2017 a 2025.
A apresentação dos resultados do INSS serviu também como um alerta para estas instituições que continuam sem qualquer enquadramento no sistema de protecção social obrigatória. Em busca de mais informações, o jornal OPAÍS contactou o Gabinete de Comunicação e Imagem do INSS, tendo nos sido pedido que inviássemos um email, mas não tivemos sucesso.
Foram precisas duas semanas para que a equipa deste órgão informativo se dirigisse nas muitas instituições religiosas existentes em Luanda, entre outras, a Igreja do Reino de Deus, a Igreja Católica, a Igreja Metodista, a Igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo no mundo (Os tocoístas). Entretanto, ao longo da investigação, foi possível contatar da parte dos trabalhadores, designadamente seguranças, oficiais de limpeza e cozinheiros, um receio em falar sobre o assunto, por acharem que tais declarações constituem “pecado” contra Deus e os líderes religiosos.
Parte destes entrevistados reconheceu mesmo que trabalha com vínculo e salário, mas sem segurança social, mas que não estava disposta a “trair” a organização de donde provém o sustento mensal para alimentar as famílias e, nalguns casos, onde são fiéis e buscam a Deus. Um dos poucos que aceitou falar, António Coxe, secretário da Pastoral da Arquidiocese de Luanda, revelou que só passou a contribuir para o INSS em Janeiro do ano passado, apesar de trabalhar na Igreja Católica desde 2016.
“Passei a efectivo apenas no ano passado. Só os trabalhadores efectivos têm esse direito”, afirmou o indivíduo, acrescentando que a in- clusão ainda ocorre de forma gradual. “Conheço cartoristas já inseridos, mas outros ainda aguardam organização interna das paróquias”, disse









