O Presidente da república, João Lourenço, defendeu sábado, em Joanesburgo, África do Sul, uma resposta internacional mais alargada às alterações climáticas, à insegurança alimentar e às transições energéticas justas. O chefe de Estado angolano falava na cimeira do g20, onde confirmou, também, a adesão de Angola ao compact With Africa, iniciativa liderada pela Alemanha
Em Joanesburgo, onde decorreu a Cimeira do G20, o Presidente angolano e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, afirmou que a recuperação pós-pandemia evidencia a necessidade de um mundo mais resiliente, embora “as populações continuem a enfrentar os efeitos catastróficos do aquecimento global”.
Segundo o Chefe de Estado, as alterações climáticas estão a afectar gravemente a segurança alimentar, perturbar os sistemas de produção, provocar deslocações populacionais e agravar as crises humanitárias. Com vista a responder a estes desafios, Lourenço destacou o papel do Programa Abrangente de Desenvolvimento Agrícola para África (CAADP), da Estratégia de Kampala e do Plano de Acção 2026-2035, iniciativas que procuram fortalecer os sistemas agro- alimentares sustentáveis no continente.
O Presidente da República saudou ainda o Grupo de Trabalho para a Segurança Alimentar do G20, criado sob a presidência sul- africana e que opera em cooperação com a FAO e o PAM, apoiando a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. No eixo energético, João Lourenço sublinhou que uma transição justa e verde em África depende da estabilização da paz e segurança, bem como de investimentos sólidos em tecnologia e infra-estruturas.
Ademais, recordou os resultados da COP30 no Brasil, incluindo os mecanismos de financiamento verde e azul, e apelou ao G20 para reafirmar o seu compromisso com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e com o Acordo de Paris.
O Chefe de Estado afirmou que Angola, à frente da União Africana, tem mobilizado parceiros internacionais para financiar infra- estruturas críticas no continen- te, tendo, ademais, agradecido o apoio dos países do G20 e de instituições multilaterais.
Para João Lourenço, a construção de um desenvolvimento global equitativo passa também pelo fortalecimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana, que considerou um dos maiores mercados integrados do mundo. Com vastos recursos naturais, biodiversidade e potencial demográfico, África — disse — desempenhará um papel decisivo na transição verde global.









