Homem de trato fácil, amigo dos amigos e de toda gente, Jaime Palana Kingungo, conhecido artisticamente como Proletário “Man Prole”, autor dos celebrizados sucessos “Scania 111’’, “A Escravatura”, “Maladolo”, Madó”, “Lemba Africana”, “As Kizombas” e tantos outros, acaba de sair de uma cirurgia que culminou com a amputação da sua perna direita
O músico que está em convalescença há pouco menos de duas semanas continua submetido a um rigoroso acompanhamento especializado, visando à sua recuperação não só ao nível da cirurgia, mas também do equilíbrio do estado emocional. Visivelmente debilitado, Proletário apelou à sensibilidade de todos, no que à solidariedade diz respeito, para a sua recuperação imediata, solicitando uma cadeira de rodas, um veículo para a locomoção e uma residência, uma vez que, nas condições em que se encontra neste momento, pouco ou quase nada pode ser feito.
“Agradeço a todos que me têm prestado a atenção, agradeço a minha pessoa, à família. Espero que a sociedade receba a minha mensagem com o amor e carinho que lhes estou a retribuir. Muito obrigado”, enalteceu. O músico realçou que tudo começou quando da sua ida ao município do Cuito Cuanavale no dia 27 de Setembro, após uma atuação no recém-realizado Show do Cinquentenário da Independência Nacional de Angola.
Neste dia partiram de Luanda às 8 horas e 30 minutos, chegando às 10, num voo militar. Já no local fizeram uma visita guiada aos monumentos históricos e logo após o almoço começou a sentirse mal. Mas antes de passar a informação aos responsáveis da comitiva, Proletário colocou a questão ao seu filho Nailon, que normalmente o tem acompanhado em todas as actividades artísticas.
Disse-lhe que sentia febre e poucos minutos depois começou a sentir uma ligeira dor de cabeça. Como alternativa, para aliviar a situação, o músico decidiu que o seu filho fosse à farmácia comprar um fármaco para acalmar a dor. Mas, antes de o fazer, apareceu o humorista General Foge a Tempo, que o aconselhou a pontualizar a equipa que os acompanhava neste Show dos 50 Anos.
Man Prole concordou e assim chamou-se a equipa. Efectuaram-se as primeiras intervenções com algumas injecções e comprimidos de modo a minimizar a dor, e assim o músico restabeleceu-se. Poucos minutos depois, subiu ao palco e, na sua forma peculiar, cantou, dançou e encantou o público. A partir daí, tudo correu sem sobressaltos. Porém, já na última música, o cantor começou a sentir-se muito estranho e, apesar de tudo isso, ninguém se apercebeu.
“Comecei a sentir algo muito diferente na minha habitual forma de ser e de estar. Algo estranho dentro de mim estava a fazer confusão e nem sequer as pessoas se aperceberam. Mas eu, dentro de mim, sentia que alguma coisa estranha estava ali.
Não pude permanecer por muito mais tempo e saí do recinto”, disse. Mas, como os motoristas naquele momento já se tinham apercebido da sua situação, muito antes dos outros artistas terminarem o show, a equipe decidiu levá-lo ao local onde estava hospedado.









