A UNITA entra na fase mais intensa da sua vida interna com a disputa pela liderança a aquecer os ânimos no período que antecede o XIV Congresso Ordinário, agendado para os dias 28, 29 e 30 de Novembro, em Luanda. Os dois candidatos à presidência — Adalberto Costa Júnior (ACJ), actual líder do partido, e Rafael Massanga Savimbi, deputado e secretário das Relações Internacionais — multiplicam contactos com militantes e delegados em diferentes regiões do país, num ambiente que combina a mobilização, apelos à coesão e estratégias contrastantes
Depois de visitar Malanje na última Quarta-feira, 29, Adalberto Costa Júnior deslocou-se, ontem, Quinta-feira, 30, à província do Cuanza-Norte, onde manteve um encontro com autoridades locais e delegados provinciais.
Na ocasião, o candidato reafirmou o carácter “absolutamente democrático” do processo em curso. “Estamos a fazer um exercício positivo, em que o partido coloca à prova uma liderança absolutamente democrática.
É bonito. É assim que se fortalece uma organização política madura”, declarou. O ainda presidente dos “maninhos” recordou que, segundo os estatutos do partido, “o presidente suspende as suas funções de gestão interna dois dias antes do início da campanha”, e frisou que esta particularidade “reforça a transparência do processo”.
Durante o encontro, ACJ fez questão de destacar a presença de militantes históricos da UNITA, “testemunhos vivos” da fundação do partido em 1966, como os generais Chiwale, Carlos Candanda e Vituzi Lomai, tendo sublinhado que a ligação às origens é um pilar da sua candidatura.
“Os nossos mandatos são limitados, e este exercício é útil porque renova a legitimidade das nossas lideranças a partir das bases. Todas as eleições foram locais, das comunas às províncias”, referiu, e acrescentou que “a internet está a escrever muita confusão” sobre o processo.
Com um discurso de tom conciliador, mas firme, o candidato reiterou que o objectivo principal é consolidar a democracia interna e definir os programas estratégicos que vão guiar o partido e o país.
Costa Júnior aproveitou para abordar uma preocupação social registada nas suas deslocações; “tenho encontrado casos de assassinatos ligados à busca de riqueza e crenças sobrenaturais.
É um problema grave e que deve merecer atenção das autoridades”, disse, defendendo que “o exercício político deve andar lado a lado com a responsabilidade social”.
 
			



 
							



