Numa curta entrevista a OPAÍS, Vicy António mostrou-se, nesta quinta-feira, feliz pelo facto de o Governo imortalizar o seu nome no Estádio Nacional de Futebol “Vicy António”, recinto com 10 mil lugares e uma pista de atletismo. O autor do primeiro hat-trick do Girabola revelou que o estádio, que será inaugurado no dia 3 de Novembro, vai incentivar o resgate da mística do desporto rei na terra do Bago Vermelho. O antigo craque do futebol angolano lamentou o estado em que se encontra a modalidade na província
O Estádio Nacional de Futebol do Uíge, que será inaugurado no dia 3 de Novembro, terá o seu nome. Qual é o sentimento?
O sentimento é enorme. Não acreditei um dia que acontecesse. É o resultado do trabalho, do sacrifício, de estar todo o tempo, todo o dia, a treinar, a jogar, se dedicar, ter o amor naquilo que gostava de fazer. Agradeço a todos que estão envolvidos para que a homenagem seja uma realidade.
O Estádio vai galvanizar a juventude à prática do futebol?
Claro que o novo estádio vai incentivar os jovens à prática do desporto, em particular do futebol. Todo mundo sabe que a província do Uíge é uma terra do desporto-rei, porque já teve equipas fortes, como Futebol Clube do Uíge e o Construtor do Uíge. Ambas participaram nas primeiras edições do Girabola. Infelizmente, perdemos a mística e para piorar não temos equipas na primeira divisão do Campeonato Nacional. Nós faremos com que a mística volte à origem. Faremos todos os esforços para formar outros craques.
Há projecto para resgatar a mística do desporto-rei na província do Uíge?
Temos um projecto de uma escola aqui, mas com o objectivo de recuperar a mística. Para que possamos descobrir mais jogadores, porque na década de 70 tivemos bons jogadores.
Como é que está o futebol na província?
O futebol aqui na província está mesmo mal. As duas equipas desceram de divisão, infelizmente, não há entendimento e colaboração entre os dirigentes. Duas equipas descerem de divisão demonstra que algo não está bem, logo deve ser resolvido.
Tem recebido apoio por parte do Governo?
Bem, será o meu nome no estádio. Praticamente, não ganhei nada no futebol aqui no país, mas como cidadão cumpri o meu papel que é representar as cores da bandeira nacional. Acho que o Governo deve fazer alguma coisa para os antigos futebolistas. Estamos aqui um pouco perdidos. Por isso, é importante que o Governo olhe para as nossas vidas sociais.
O clássico do futebol angolano será disputado no dia 9 de Novembro. Gostaria que o jogo fosse realizado no Estádio Nacional de Futebol do Uíge “Vici António”?
Seria uma boa oferta para a população do Uíge. Ter duas grandes equipas do futebol angolano aqui na província seria algo importante para massificar a modalidade na província.
Perfil: 
Vicy António, que nasceu na província do Uíge no dia 26 de Junho de 1953, conquistou dois campeonatos nacionais (1983 e 1985), uma Taça de Angola (1982) e uma Supertaça (1983). Ao serviço do MCH, Vicy António jogou ao lado de figuras como Adelar, Kiala, Afonso, Bento, Bidy, Carlitos, Dias Finda, Jolie, José, Nimy, Simarró, Maradona, Marco, Michel, Samy, Tunga, Rizanó, Nfinda, Pelé e Malungo. Com a camisola do Estrela Clube 1.º de Maio de Benguela, alinhou com Daniel, Tomás, Kiala, João Manuel, João de Deus, Agostinho, Garcia, André Nzuzi, Barros, Mira, Reigadinha, Simões, Melaschton, Sequeira, Fusso, Santana, Zé Águas, Rui Teixeira, Raúl, Muzemba, Moisés, Fidele, Zandú, Tadeu, Sarmento e Maluka. Nos Palancas Negras, Vicy António jogou com Napoleão Manecas, Luís Cão, Tony, Catarino, André Nzuzi, Wilson, Makuéria, Avelino, Tandu, Santo António, Garcia, Zeca, Barbosa, Chico Dinis, Lourenço, Fusso, Ivo, Eduardo Machado, Nsuka, Gonçalves, Vieira Dias, Nelson, Sarmento, Antoninho, Mendinho, Ndala, Maluka, Nelson, Alves, Ndunguidi, Jesus, Dinis e Abel Campos.
 
			 
					




 
							



