O músico e médico espiritualista Charles Bois Poaty morreu na madrugada desta segunda-feira, 20, vítima de doença, no Hospital Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda
Segundo fontes familiares, o artista terá dado entrada àquela unidade hospitalar em estado grave na madrugada desta segundafeira, e, dentro de poucas horas, sucumbido por razões ainda por se esclarecer.
Ao que terá avançado uma fonte próxima aos familiares, Charles Bois Poaty encontrava-se doente já há mais de seis meses, com os pés inchados e com dificuldades respiratórias; entretanto, nas últimas semanas, o seu estado agravou-se, o que levou os familiares a levarem-no a uma unidade hospitalar de referência para o devido tratamento.
A sua morte foi confirmada pelo corpo médico do Hospital Cardeal Dom Alexandre do Nascimento por volta das quatro horas da manhã desta segunda-feira, 20, podendo estar associada a uma doença prolongada ainda por se identificar.
Sem avançarem detalhadamente a patologia que o terá retirado a vida, os familiares apenas aguardam pelos resultados dos exames da unidade hospitalar, que terá de fazer uma autópsia para identificar a causa da morte do artista.
De recordar que Charles Bois foi recentemente condecorado pelo Presidente da República, na classe Paz e Desenvolvimento, no quadro das celebrações dos 50 anos de independência nacional.
A medalha foi-lhe atribuída em reconhecimento do seu notável compromisso com a cultura e com os valores patrióticos. Artistas reconhecem contributo de Charles na cultura nacional Apesar de não ser uma figura que nos últimos anos esteve activamente ligada à cultura, em particular à música, Charles Bois Poaty é um nome que não passa despercebido no panorama artístico nacional, sendo um indivíduo que de certo modo deu o seu contributo para a promoção da cultura.
Para o kudurista Chefe Andeloy, embora não se tenha consolidado no mundo artístico, Charles Boapaty foi uma figura que impulsionava a arte nacional. Entende que, a seu jeito, contribuía para o desenvolvimento da música e os seus feitos não podem ser ignorados ou desconsiderados.
“Apesar de que ele não foi um músico que teve muito sucesso, mas devo reconhecer que também contribuiu para a nossa cultura e de certeza que a sua morte deixa um vazio no mercado nacional”, considerou o kudurista. Quem também reconheceu o papel de Poaty na promoção da música, especialmente no município de Viana, foi o artista e presidente da Associação dos Kuduristas de Angola (AKA), Albino Inglês, artisticamente conhecido como “B-Black”, que lamentou a morte de Boapaty.
B-Black disse que conhecia Charles Bois pessoalmente e que, embora não mantivesse uma relação de intimidade com ele, reconhece as suas qualidades e o seu papel na cultura, sublinhando que o malogrado foi um grande defensor da cultura angolana.
“Perdemos um homem de cultura, um homem de trato fácil, um homem que, apesar de tudo, ajudava na emancipação da cultura angolana, alguém que tinha ambições e propósitos com a cultura, e isso todos nós devemos reconhecer”, disse o também kudurista.
O presidente da AKA, na qualidade de líder associativista, manifestou a sua solidariedade para com a família enlutada e garantiu que a classe dos kuduristas se fará presente neste momento de dor e consternação para apoiar a família do malogrado.