A Galeria Tamar Golan, na Fundação Arte e Cultura, em Luanda, acolhe amanhã, 08, a partir das 19 horas, a inauguração da exposição “Ecos da Infância”, uma obra individual do artista plástico Alex Machado
Trata-se de uma obra composta por 17 peças através das quais o artista faz uma viagem na sua infância, partilhando na arte as lembranças ternas, em ecos expressos por meio da pintura, que permanecem vivos na memória do artista.
Com uma sensibilidade rara, Alex Machado retrata, nesta que é a sua primeira exposição individual, rostos jovens que, mesmo em contextos de adversidade, revelam pureza, dignidade, esperança e uma beleza desarmada.
A inocência, a alegria e a pureza da criança são elementos que ganham mais expressão e revelam a capacidade criativa e, ao mesmo tempo, reflexiva que o artista expõe nesta obra que o artista irá apresentar, na noite de quarta-feira, naquela galeria situada na Ilha de Luanda.
Segundo o autor, a exposição é um retrato criativo e reflexivo sobre o papel das crianças na preservação dos valores culturais, sendo elas muitas vezes o espelho que ajuda a caracterizar determinado povo ou tribo. O artista traz como exemplo específico os vários povos e tribos do sul de Angola.
“Nesta exposição, eu procuro abordar as diversas culturas dos vários povos do sul de Angola, a forma como eles preservam os seus valores culturais, as suas tradições, olhando especialmente para as crianças”, disse Alex Machado.
Reforçou que as crianças, apesar das adversidades e vicissitudes, carregam, no seu sorriso inocente, os reflexos da pureza e da originalidade da cultura dos povos a que pertencem e sobre os quais foram educados.
“Cada povo tem o seu valor, tem a sua cultura, mas, se olharmos para os povos do sul do nosso país, vamos ver que eles educam as suas crianças de um jeito muito especial, ensinam elas a preservarem a sua cultura, os seus hábitos e costumes, e estes valores são demonstrados na sua caracterização, desde as tranças, o modo como elas se vestem, como falam e o modo deles de viver”, sustentou o artista.
Sublinhou ainda que, na sua obra, não se limita apenas a falar sobre estas crianças que residem no sul do país, mas de tantas outras de um modo geral, especialmente aquelas que, mesmo vivendo na capital, Luanda, continuam a guardar e a preservar as suas origens culturais.
Ansioso, Alex Machado diz estar expectante para o momento e garante estar a preparar o melhor da sua arte para brindar o público que se fizer presente na noite de quarta-feira, naquela galeria situada na Ilha de Luanda.
Um sorriso que se torna símbolo de continuidade cultural
Para o espaço que vai acolher a exposição, as obras do artista são um convite a uma reflexão profunda sobre o olhar inocente e o sorriso contagiante das crianças que, no entender da Fundação, se tornam símbolo de continuidade da cultura.
“Nesta mostra, o artista plástico Alex Machado convida-nos a mergulhar num universo onde o olhar e o sorriso das crianças se tornam símbolos de força e de continuidade cultural”, considerou Antónia Paulo, porta-voz da Fundação Arte e Cultura, instituição que abre as portas da sua galeria para acolher a referida exposição.