A província, que assinala uma produção de milho na ordem das 250 mil toneladas por ano e 40 mil de arroz, quer continuar a contar com o apoio do Fundo de Garantia de Crédito para alargar a produtividade e contribuir para a autossuficiência alimentar, uma das principais estratégias do Executivo
A província de Malanje quer alargar os níveis de produção de grãos, desde a soja, o feijão, arroz e o milho, que constam do conjunto de produtos que estão nas propriedades e estratégias do Executivo com vista a tornar o país autossuficiente alimentar. Entretanto, o governo local acredita que, com o financiamento da banca comercial, por via do Fundo de Garantia de Crédito, esse desiderato será atingido, como disse, ontem, em Malanje, o director provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas de Malanje, Carlos Chipoia.
Para o responsável, que fala- va aos jornalistas à margem de um encontro entre o governador de Malanje, Marcos Nhunga, e o presidente do Conselho de Administração do Fundo de Garantia de Crédito, Luzayadio Simba, é possível fazer-se muito mais, desde que haja apoio para a compra de insumos, materiais, fertilizantes, máquinas e outros meios. Segundo Carlos Chipoia, Malanje tem todas as condições para continuar a contribuir no processo de autossuficiência alimentar, desde que os empresários locais sejam apoiados, sendo que, nesse quesito, o Fundo de Garantia de Crédito tem sido um “verda- deiro” parceiro.
A título de exemplo, apontou que Malanje tem uma produção de milho na ordem das 250 mil toneladas por ano e 40 mil toneladas de arroz. O director local da Agricultura defendeu ainda a necessidade de o Fundo de Garantia de Crédito continuar a apoiar os produtores que apostam na produção de grãos, que é uma das principais necessidades do país todo e da província em particular. “Com mais apoio, vamos poder alargar a produção de milho, soja, feijão e de outros produtos”, apontou.
Privados focados na autossuficiência alimentar
Já para o próximo ano agrícola, 2025/2026, prevê-se, num dos projectos financiados pela banca comercial, sob garantia do Fundo de Garantia de Crédito, numa área de 17 mil hectares de terra, a recolha de mais de 10 mil toneladas de milho e 3 mil e 600 toneladas de soja que deverão ter como destino o mercado nacional, contribuindo, assim, para as acções com vista à sustentabilidade alimentar.
Para Ricardo Rebelo, director executivo do Grupo ACAAL, empresa responsável pelas duas fazendas com 17 mil hectares, o financiamento da banca comercial aos empresários de Malanje, por via do Fundo de Garantia de Crédito, está a permitir alavancar a cultura de grãos naquela província ao norte do país com a implementação de vários projectos em curso. De acordo com Ricardo Rebelo, a ideia é tornar o mercado nacional suficientemente abastecido com grãos produzidos localmente e impulsionar o processo de autossuficiência alimentar, como é desejo do Executivo.
O responsável fez saber ainda que a sua empresa está a trabalhar com várias famílias e pro- porcionando a criação de dezenas de postos de trabalho. Conforme referiu, actualmente, mais de 70 empregos foram gerados com os dois projectos de forma directa, um número que aumenta sempre que a produção está em curso. “É possível engajar todos para os desafios da agricultura. Angola tem capacidade para tornar-se autossuficiente e talvez até abastecer outros mercados. Mas, para isso, devemos estar todos engajados nessa causa porque a agricultura gera riqueza e vários postos de trabalho”, destacou.
Acompanhamento dos projectos
Porém, é de referir que os projectos, espalhados a nível de Malanje, foram visitados, ontem, pelo presidente do Conselho de Administração do Fundo de Garantia de Crédito, Luzayadio Simba, onde constatou de perto as acções em curso com vista a revitalizar a agricultura local, com realce para as culturas do milho e da soja, e que vão contribuir, igualmente, para a susten- tabilidade alimentar nacional.
Luzayadio Simba disse estar “bastante” satisfeito com o que está a acontecer em Malanje, tendo dito que os empresários locais estão, efectivamente, a dar tratamento devido ao valor que receberam, apesar dos desafios econômicos que o país vive. Para o PCA do Fundo de Garantia de Crédito, com disciplina, foco e comprometimento, está a ser possível atingir os níveis desejados, pelo que o Executivo, através do Fundo de Garantia de Crédito, vai continuar a trabalhar com a banca para que esta atenda as preocupações de crédito dos homens do campo que todos os dias dão o seu melhor para alavancar a agricultura local. “Malanje é a prova de que, efectivamente, as coisas têm estado a acontecer. Precisamos é de con- tinuar a acompanhar e apoiar os projectos em curso para que tenham os resultados desejados”, frisou.