Ilustre coordenador do jornal OPAIS, votos de uma boa segunda-feira. Penso que a realização da Cimeira dos BRICS no Brasil ocorre num momentogeopolíticodealtatensãoerealinhamento global. Pela primeira vez, a cimeira conta com representantes da sociedade civil, o que sinaliza uma abertura importante e um desejo de repensar modelos de desenvolvimento.
Para o nosso país, esta cimeira não é apenas simbólica. É estratégica. O Presidente angolano João Lourenço, que representa também a União Africana, e o ministro Téte António, marcam presença num palco onde se discute o futuro das relações financeiras internacionais, o papel do Novo Banco de Desenvolvimento e a urgência de industrializar economias subde- senvolvidas sem repetir os erros do passado.
É uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Outro dado relevante é a postura adotada pelos países anfitriões, especialmente o Brasil. Acimeiratemevitadoposiçõesextremadasou confrontações diretas com o Ocidente. Não há discursos de desafio aberto aos Estados Unidos ou à Europa.
Pelo contrário: O tom é de cooperação e realismo. Mesmo com a ausência de líderes como Xi Jinping e Vladimir Putin, o bloco conseguiu aprovar uma declaração conjunta, reflectindo maturidade e capacidade de negociação. Acredito que essa moderação estratégica é importante para garantir que os BRICS permaneçam relevantes e respeitados.
POR: João Gonçalves
Luanda, Ramiros