O Presidente da República de Angola e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, destacou, durante a reunião de alto nível da GAVI em que participa em Bruxelas, Bélgica, a necessidade de o continente não continuar a ser apenas um beneficiário da produção de vacinas, mas que esteja pronta para ser coautora da nova era da imunização global
Durante a sua comunicação ontem, em sede da Reunião da Aliança Global de Vacinas (GAVI), o Presidente João Lourenço transmitiu aos participantes da cúpula que África não deve ser apenas beneficiária, mas que está pronta para ser coautora da nova era da imunização global. “Queremos mais equidade, mais voz, mais autonomia.
A pandemia de COVID-19 expôs a dolorosa dependência do continente em relação às cadeias externas de produção de vacinas. Não podemos deixar perpetuar esta situação”, vincou o estadista.
Por essa razão, justificou que apoia a iniciativa da GAVI para o fortalecimento da produção regional africana de vacinas, no quadro da iniciativa ADMA “African Vaccine Manufacturing Accelerator”.
Desse modo, acredita que a GAVI pode também desempenhar papel estratégico no apoio à introdução de novas vacinas, especialmente contra doenças que continuam a afectar desproporcionalmente os países africanos e populações mais vulneráveis a nível global, como a tuberculose, a malária e a dengue. A inovação, referenciou, deve caminhar lado a lado com a equidade.
Daí que África está pronta para ser parceira activa na investigação e na implementação dessas soluções de próxima geração. “Queremos transferência de tecnologia, parcerias bilaterais estratégicas, capacitação científica da nossa juventude, queremos vacinas acessíveis, feitas por africanos, para africanos e para o mundo”, defendeu João Lourenço.
Por outro lado, deu nota de que a juventude africana é uma das maiores reservas de esperança e renovação para a Humanidade. Sendo que mais de 60% da população africana tem menos de 25 anos.
Assim, enquanto o mundo procura soluções para lidar com o envelhecimento populacional, África representa uma fonte crescente de dinamismo humano, de criatividade e de capacidade produtiva.
“É por isso que África, em particular Angola, faz da vacinação um pilar estratégico continental de saúde, pois estamos a olhar para um futuro próspero, um futuro construído com base na nossa juventude, na saúde, educação, participação plena na vida económica e social”, recordou.
Cimeira Para o Chefe de Estado angolano, a realização da cimeira representa uma oportunidade única para promover um financiamento justo, sustentável e transformador.
Uma oportunidade para mostrar-se que, mesmo em tempos difíceis, a solidariedade global permanece inabalável. “Convido-vos, em nome do povo angolano, dos povos africanos e de todas as crianças que no mundo merecem uma vida saudável e digna, a comprometerem-se hoje com a GAVI. A sustentabilidade da imunização global está em jogo.
A história irá lembrar os que se levantaram, nesta hora, para fazer a diferença”, apelou o Presidente dando nota da necessidade de se agir com agir com coragem, liderar com visão, investindo na vida.
“A História nos julgará não apenas pelo que dissemos, mas sobretudo pelo que decidimos fazer ou não fazer juntos, em prol da Humanidade”, concluiu.