São mais de dois mil participantes, segundo números avançados ontem, que participam de forma directa na Cimeira Estados UnidosÁfrica, que Angola alberga desde ontem, onde empresários africanos, norte-americanos e de outros continentes buscam soluções para uma nova era de cooperação.
Como era previsível, coube ao Presidente da República, João Lourenço, igualmente líder da União Africana, proferir o discurso de abertura, onde enfatizou, sobretudo, que nesta fase o continente precisa mais do que capital, ou seja, precisa-se de parceiros.
Rica em recursos naturais, África tem sido para muitas companhias norte-americanas apenas fonte destes minérios, muitos dos quais raros, mas que acabam por ser exportados para os outros continentes.
Onde são transformados e depois regressam ao mesmo continente africano enquanto produtos feitos, vendidos a preço de ouro. É por isso que urge que muitos destes minerais possam ser transformados em África mesmo.
Para o Presidente João Lourenço, por exemplo, ‘África não é apenas um continente de grandes riquezas e recursos. É um continente de decisões transformadoras e projectos concretos’.
Daí também a necessidade imperiosa de sua industrialização para que surjam mais postos de trabalho e, consequentemente, se trave o êxodo de jovens para a Europa e América, onde chegam de forma quase humilhante.
O realce de que África está pronta, como bem salientou o líder da União Africana, é um indicador claro de que se pretende partir para uma nova forma de cooperação, aquilo a que chamou de parceria estratégica, que mais do que os lucros que possam ser arrecadados pelos investidores estrangeiros, também se possa alcançar uma prosperidade partilhada.
Estar pronta, como se frisou, importa igualmente que os países africanos melhorem os seus ambientes de negócio, se abstenham das convulsões políticas e dos conflitos armados que acabam, inevitavelmente, por afastar aqueles que pretendem realizar investimentos seguros em muitos países. Angola, por exemplo, não é excepção.
Ontem, o responsável da Câmara de Comércio Angola-Estados Unidos, Pedro Godinho, realçou, em jeito de balanço do primeiro dia da cimeira, que o nosso país tem procurado fazer o seu trabalho de casa.
E elogiou as reformas que vão ocorrendo, considerando-as positivas, mas ainda assim há um enorme caminho para se percorrer. E um dos aspectos avançados tem sido o repatriamento de dividendos por parte de muitos empresários para os seus países de origem, segundo Pedro Godinho. Mas isso, certamente, não deve ofuscar os avanços já conseguidos ao longo dos últimos anos, mormente em termos legais.
E espera-se que, nos dias que se seguem, se possam assegurar vários negócios nos sectores da energia, agricultura, turismo, pescas, transportes e tantos outros de que o país precisa, o que tem motivado a diplomacia económica que fez com que milhares de cidadãos estrangeiros, banqueiros, empresários e responsáveis políticos tenham vindo a Angola constatar ‘in loco’ as enormes potencialidades.