O ministro da Cultura, Filipe Zau, reconheceu ontem, 18, a existência de um défice na manutenção dos museus do país, durante uma visita de cortesia ao Museu Nacional de História Natural, actualmente encerrado para obras de reabilitação
A visita teve como objectivo constatar o estado da infraestrutura, que passa por um processo de modernização, sem perder a identidade histórica e cultural.
Segundo o governante, o edifício sofreu danos estruturais causados por obras realizadas na zona do Kinaxixi, o que levou à necessidade de intervenção profunda.
Sem receber visitantes neste momento, o museu está a ser alvo de um levantamento técnico para identificar todos os problemas existentes e as intervenções futuras necessárias, tanto na estrutura como nos materiais de conservação.
O ministro informou que o processo aguarda a intervenção do Ministério das Obras Públicas, cujos acertos técnicos já foram realizados. A intenção, segundo Zau, é restaurar o museu de forma moderna, mas preservando a sua essência histórica.
Durante a visita, Filipe Zau reconheceu ainda que um dos maiores desafios enfrentados pelos museus no país é o défice de manutenção. “Devem ser criadas condições sustentáveis para garantir a conservação e funcionamento adequado dos nossos museus”, sublinhou.
O governante destacou que o Museu Nacional de História Natural é um dos primeiros museus públicos do país e, possivelmente, o mais visitado. Por isso, defende que o mesmo, assim como outros espaços similares, deve ser requalificado para servir de instrumento educativo às gerações futuras.
Museus como espaços turísticos e educativos
Zau garantiu que o trabalho de acompanhamento não se limitará à capital. Pretende visitar museus em outras províncias, com o propósito de identificar as suas necessidades, tanto do ponto de vista cultural como turístico e educacional.
O ministro elogiou a presença de estudantes voluntários que colaboram na organização do museu e destacou a importância da nova Lei do Mecenato.
Segundo o governante, a legislação permitirá que a cultura tenha mais apoio financeiro através de patrocinadores e mecenas, oferecendo-lhes incentivos.
“A cultura não precisa viver de mão estendida. Com a lei do mecenato, os mecenas terão compensações e isso vai permitir o desenvolvimento do sector”, afirmou.
Museus como fontes de receita
Zau reforçou que os museus são fontes importantes de conhecimento, mas também podem desempenhar um papel relevante como atracções turísticas e geradores de receitas para o Estado.
“Temos que criar condições para que quem visita o país não fique apenas nos hotéis. É preciso proporcionar experiências culturais — visitar museus, ouvir música, ver arte e conhecer melhor a nossa identidade”, destacou.
Por sua vez, a directora do Museu de História Natural, Ana Marques, reconheceu a urgência da reabilitação do edifício, apontando problemas como infiltrações de água. No entanto, defendeu que a identidade do museu deve ser mantida.
“Apesar das obras, o habitat dos animais e outros aspectos fundamentais precisam ser preservados”, disse. Após a visita, o ministro reuniu-se com os funcionários do museu para auscultar as suas preocupações e sugestões.