A construção de projectos estruturantes, voltados ao combate aos efeitos da seca cíclica na província do Cunene, foi enaltecida, essa terça-feira, em Ondjiva, pelo chefe da área técnica do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) na região, Artur Neto.
Em declarações à ANGOP, por ocasião do Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação, que ontem se assinalou, o responsável destacou o funcionamento do Canal do Cafu, que tem beneficiado milhares de pessoas e o gado, que enfrentavam dificuldades no acesso à água na região.
Salientou, igualmente, as obras de construção das barragens de Ndue, Calucuve e Cova da Leão, adiantando que, quando forem concluídas, vão solucionar o problema da seca em zonas consideradas críticas.
“São investimentos que justificam aquilo que têm sido os ganhos dos 50 anos da independência nacional e dos 23 anos da Paz e Reconciliação Nacional no país”, salientou.
Artur Neto ressaltou, por outro lado, que o IDF está a executar um plano ligado ao repovoamento das árvores derrubadas ao longo do traçado destes projectos, para permitir estabilizar o solo e prevenir a erosão causada pela água da chuva e ventos.
Em relação à desertificação, explicou que este processo ocorre quando há degradação da terra em áreas áridas, semi-áridas e secas, resultando na perda de vegetação, redução da fertilidade do solo e diminuição da biodiversidade.
Recordou que o fenómeno pode ser causado por factores naturais no caso de mudanças climáticas ou acções humanas, como o derrube de árvores de forma desordenada e agricultura intensiva.
Particularmente no Cunene, acentuou que os municípios do Cahama, Cuanhama e Cuvelai constituem zonas mais acentuadas do abate desordenado das árvores e do fabrico do carvão vegetal.