Angola defende o diálogo como a única forma viável de alcançar uma paz duradoura no Médio Oriente e da resolução pacífica de litígios, declarou nesta terça-feira, 17, o Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, embaixador Francisco José da Cruz
O diplomata falava na continuação do debate da 10ª Sessão Especial de Emergência sobre o “Veto que impediu a adopção de um Projecto de Resolução que Exige um Cessar-Fogo Imediato, Permanente e Incondicional na Faixa de Gaza”, no Conselho de Segurança, no dia 4 de Junho.
Segundo o embaixador Francisco José da Cruz, a retoma da Sessão Especial de Emergência ocorre num contexto internacional muito desafiante e complexo, e representa mais um teste ao multilateralismo como mecanismo “para resolver os complexos desafios internacionais que hoje enfrentamos”.
O diplomata lamentou o facto de o Conselho de Segurança não ter conseguido adoptar uma resolução importante devido ao veto de um Membro Permanente. Reiterou que o Conselho de Segurança deve cumprir com as suas responsabilidades primárias de manutenção da paz e da segurança internacional, conforme estabelecido na Carta da ONU, particularmente face à grave crise e catástrofe humanitária que se desenrolam em Gaza.
Francisco José da Cruz sublinhou que os desafios globais actuais reforçam a convicção da República de Angola sobre a necessidade urgente de reformar o sistema das Nações Unidas, especialmente o seu Conselho de Segurança, para o tornar eficaz, representativo e inclusivo, capaz de fortalecer o multilateralismo como forma de lidar com as ameaças comuns e interligadas, e de preservar a paz e a segurança mundiais.
“A comunidade internacional deve agir agora para alcançar uma paz duradoura em Gaza, abrir caminho para aliviar o sofrimento humano do povo palestiniano e evitar o risco de a crise de Gaza se alastrar e se transformar num conflito regional com implicações perigosas para a paz e a segurança internacionais”, alertou.
Explicou que, por este motivo, Angola votou a favor da resolução A/ES-10/L.34/Rev.1, intitulada “Acções ilegais israelitas em Jerusalém Oriental Ocupada e no Restante Território Palestiniano Ocupado Protecção de Civis e Cumprimento de Obrigações Legais e Humanitárias”.
Reafirmou o apoio aos esforços diplomáticos em curso para que as partes implementem de forma plena, incondicional e imediata todas as disposições da Resolução 2735 do Conselho de Segurança, de 10 de junho de 2024, para pôr fim à guerra em Gaza.
Por fim, fez saber que a delegação angolana aguarda com expectativa o resultado da “Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados”.