O programa de fortalecimento da assistência social “Kwenda” está em fase de balanço depois de ter sido implementado pelo Governo angolano nas suas mais variadas componentes em todo o território nacional, com o financiamento do Banco Mundial
O Banco Mundial disponibilizou um total de 400 milhões de dólares para a execução da segunda fase do programa de fortalecimento da assistência social, denominado Kwenda. A informação foi avançada recentemente no município de Tchituto, pela especialista sénior em protecção social do Banco Mundial, Emma Monsalve, durante uma visita de constatação aos projectos desenvolvidos pelo programa.
Emma Monsalve disse que o programa Kwenda, cuja primeira fase se encontra no derradeiro mo- mento, apresenta bons resultados no seio das famílias compactadas, daí a necessidade da sua continuidade. “Nós estamos aqui em uma visita para ver os impactos que tem tido o programa Kwenda na vida das famílias.
Constatamos que o pro- grama tem estado a mudar a vida das pessoas, com as transferências monetárias e a inclusão produtiva. O programa está na sua fase final, mas constatamos que deve ser continuado”, disse. Por outro lado, a nossa interlocutora informou que a segunda fase poderá arrancar nos próximos dias, e o Banco Mundial está disponível para o seu financiamento, tendo em conta os resultados alcançados durante a primeira fase de execução do Kwenda.
“O programa está agora a entrar na segunda fase, com um novo projecto de financiamento, a ideia é de continuar a apoiar as famílias e melhorar as suas componentes, seja a inclusão produtiva sejam também investimentos em capital humano focado na nutrição e cuidados da primeira infância, o projecto que vai entrar agora para financiar o Kwenda, está avaliado em 400 milhões de dólares”, revelou.
Acções do Kwenda na Huíla
O programa de fortalecimento da assistência social “kwenda” tem estado a melhorar a qualidade de vida um pouco por todo o país. Fruto disso, é que os camponeses organizados em cooperativas no mais novo município da Capunda Cavilongo podem aumentar os níveis de produção, com o auxílio do Programa de Fortalecimento do Sistema de Protecção Social “Kwenda”, que está a ser executado pelo FAS-Instituto de Desenvolvimento Local.
Este programa compreende duas componentes de assistência às famílias mais vulneráveis, nomeadamente, Transferências Sociais Monetárias e a componente da Inclusão Produtiva, que visa aumentar a capacidade de produção de diversos bens no seio das famílias camponesas. A componente da Inclusão Produtiva, que está a beneficiar um total de 720 famílias, está inserida em actividades geradoras de renda, nos sectores da agricultura e criação de animais de peque- no porte, como galináceos, caprinos e suínos.
Para abranger um maior número de beneficiários, foram criadas no município da Capunda Cavilongo três cooperativas, compostas maioritariamente por mulheres, que no âmbito do Kwenda, com a sua componente da Inclusão Produtiva, foram beneficiadas com sete milhões de Kwanzas.
Beneficiários
Elisa Pedro, da cooperativa Tukokumena, disse que a sua cooperativa, composta por 120 pessoas, maioritariamente mulheres, trabalhava a terra de forma empírica. Com os apoios do Kwenda, os métodos serão alterados para o melhor, de forma a aumentar a produção.
“Nós antes trabalhávamos sem qualquer experiência, e isso fazia com que a produção fosse pouca, mas depois que foi criada a cooperativa, tivemos uma formação que nos permite cultivar a terra no momento certo e usar os meios certos para a sua fertilização, te- mos sementes, enxadas, charruas que recebemos no Kwenda, por isso, apelo a todas as mulheres que se organizem em associações para que possam receber apoios para aumentar a sua produção”, disse.
A nossa interlocutora revelou ainda que, com a criação de cooperativas, existe na localidade de Tchipandanbangala um banco de sementes, acoplado ao Centro de Desenvolvimento Comunitário da mesma localidade, com vista a minimizar a carência de se- mentes que os homens do campo da Capunda Cavilongo ainda enfrentam.
Benefícios
Ainda no âmbito da componen- te de Inclusão Produtiva, as famílias estão a beneficiar de meios de produção, como sementes de feijão manteiga com 1100 quilogramas; feijão-frade, 1000 quilogramas; soja, 520 quilogramas; batata-rena, 1500 quilogramas; hortícolas diversas, 33 latas de sementes; fertilizantes NPK e amónio, 44 sacos; 2 pulverizadores, 4 kits de veterinária para os tratadores de gado, 2 pequenas.
O referido programa criou ainda um Centro de Desenvolvimento Comunitário (CDC) que compreende dois jangos, uma unidade de transformação de cereais, bem como procedeu à entrega de dois triciclos que vão servir para o escoamento da produção para os centros comerciais.
POR:João Katombela, na Huíla









