As fontes são o sangue vital para o jornalismo, pois são elas que fornecem as informações cruciais para que a verdade seja revelada ao público.
Sem fontes dispostas a compartilhar informações, o jornalismo seria um exercício vazio, sem substância. E quando um técnico de futebol, como Pedro Gonçalves, entra na conversa sobre convocatórias e o papel dos jornalistas, fica claro que pode estar a precisar de um bom curso de redacção para entender a diferença entre uma táctica em campo e uma boa pesquisa jornalística.
Às vezes, parece-me que o técnico português confunde a convocatória com uma explicação de um esquema táctico mal elaborado: “O jogador não foi convocado pela sua performance…”, e por aí vai.
O que acontece quando um técnico começa a dar as suas respostas com mais emoção do que com dados claros e confiáveis? Fica complicado para os jornalistas, que tentam transformar esse turbilhão de informações em algo que faça sentido para o público.
Ao tentar entender a convocatória, o jornalista se vê em um cenário onde a precisão e a clareza precisam se alinhar com as “tácticas” de quem está no comando.
E, vamos ser sinceros, por mais que um bom treinador tenha o melhor plano de jogo em campo, nem sempre tem o melhor controlo sobre a maneira como a informação será passada à imprensa.
Afinal, quem nunca misturou um passe com um drible na hora de dar uma resposta em uma conferência de imprensa? A questão das fontes no jornalismo, especialmente quando se trata de figuras como técnicos e dirigentes de futebol, pode ser como uma bola dividida.
Quem garante a Pedro Gonçalves que a fonte sobre o regresso de Ary Papel aos Palancas Negras não é um dos citados por si ou de uma “faxineira”, que nós por cá tratamos carinhosamente por tia, com alguma ascendência na FAF?
Saberá Pedro Gonçalves que uma fonte assegura que a FAF pondera reduzir o seu salário por achar muito alto para a nossa realidade económica?
Por isso, há muitas coisas que o próprio técnico pensa que está por dentro, mas que na realidade não domina absolutamente nada! Senhor Pedro Gonçalves, as fontes são o suporte de um jornalismo responsável e a sua protecção é vital para a sobrevivência de um jornalismo ético e comprometido com a verdade.
Por: Luís Caetano