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O nosso corredor do Lobito

Jornal Opais por Jornal Opais
2 de Agosto, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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Corredor do Lobito à espera de “injecção” milionária norte-americana e sul-africana

A economia é uma ciência essencialmente social, ou seja, uma ciência que tem e deve sempre ter no centro as pessoas, enquanto seu ponto de partida e destino, porém o seu principal paradigma assenta no facto de os recursos serem escassos e as necessidades ilimitadas.

Dito de outro modo, importa percebermos que muito dificilmente estaremos numa situação em que os recursos serão suficientes para satisfazer cabal e simultaneamente o conjunto das nossas necessidades, isto pressupõe que os agentes económicos estarão permanentemente diante de “trade-offs” e terão que suportar custos de oportunidade.

Assim, o produto gerado na economia depende, em grande medida, da existência e utilização de factores produtivos tradicionais, como é o caso do trabalho e do capital, tanto na perspectiva de stock de capital físico (o stock de capital físico existente numa economia, num determinado momento, é resultado de opções de investimento realizadas em períodos anteriores e encontrase permanentemente sujeito à depreciação devido à sua utilização (desgaste e avaria), variação das condições de mercado dos bens de capital (influenciando o seu preço de mercado) e possível obsolência) quanto na perspectiva humana.

Justificando o facto de se gerarem expectativas significativas em relação ao impacto económico e social do Corredor do Lobito, em Angola, para o bem-estar das comunidades e da população as quais vivem ao longo do mesmo (em sentido restrito) nacional e ou regional (em sentido lato) garante o futuro.

Em 2002, aquando do alcance da paz efectiva, entre os vários e sérios obstáculos que o país enfrentava no plano social e económico, é digno de realce a inexistência de um adequado stock de capital físico (o aumento do stock de capital físico (investimento líquido) corresponde à diferença entre o investimento (formação bruta de capital) e as depreciações: ∆K = FBC – depreciações), nomeadamente portos, aeroportos, indústrias, estradas, caminhos de ferro, escolas, hospitais, etc., condicionando o alcance de níveis convenientes de produção e, consequentemente, a promoção positiva de crescimento económico.

Tal como em outras geografias, em África, as infraestruturas ferroviárias surgiram em resultado da necessidade de interligar regiões produtoras de bens primários aos portos, a fim de maximizar as exportações para as principais zonas industriais e urbanas da Europa e Ámerica do Norte, contribuindo de forma determinante para as profundas transformações económicas que se registaram no continente.

Assim sendo, o impacto do Corredor do Lobito para a economia angolana e da região austral do continente africano remonta ao período colonial, aliás com a concepção do Governo português ao engenheiro e empresário escocês, Robert Williams, para a construção e exploração do Caminho-deFerro de Benguela.

Às vezes, quando se fala do Corredor do Lobito, a única análise exclusiva que se faz é aquela a qual aguça a sua importância, no sentido de se clarificar que o mesmo refere-se a um amplo conjunto de infraestruturas portuárias (Porto do Lobito) ferroviárias (CFB), plataformas logistícas, redes viárias (estradas), indústria transformadora (fábricas) e actividades económicas (entrepostos comerciais e não só) que se estendem ou deveriam se estender do Lobito ao Luau no Moxico).

O Corredor do lobito constituise numa rota económica estratégica tanto para as exportações dos minerais zambianos e congoleses quanto das potenciais exportações angolanas de derivados do petróleo, manufacturas, sal e produtos alimentares.

Ou seja, além das receitas a arrecadar pelo Porto do Lobito e pelos diferentes prestadores de serviços de cada um dos três países (contabilistas, despachantes, camionistas, etc.) ou ainda para maximizar a eficiência e a competitividade dos mineiros da RDC e da Zâmbia nos mercados internacionais, por via da redução substancial na estrutura de custos das empresas exploradoras face às alternativas ao Porto do Lobito (Porto de Bandari ya Dar es Salaam ou o Porto de Welvis Bay), é importante que os países integrantes sejam capazes de estender os lucros do Corredor para alavancar o sector agropecuário, industrial e da construção, bem como para potencializar a criação de empresas vocacionadas à prestação de serviços (visando a maximização dos ganhos ao longo das diferentes cadeias produtivas que virem a existir), tornando-o num verdadeiro catalisador macroeconómico.

Espera-se, que por via desse acelerador económico, o investimento líquido seja proporcional à variação do produto e tanto maior quanto maior for o rácio pretendido entre o capital e o rendimento, dependendo da taxa de juro e de outros factores associados ao custo do capital (tributação e subsídios ao investimento).

Fazendo jus à teoria do acelerador, que defende que as empresas procuram manter uma relação fixa entre o stock de capital e o volume de vendas, esperando que o investimento origine uma determinada razão entre o capital e o produto na economia, estende para curto prazo o facto estilizado de Kaldor, que estabelece a estabilidade a longo prazo da razão entre o capital e o produto.

Acreditamos que se os países envolvidos no Corredor do Lobito forem capazes de conjugar esforços e alinhar estratégias, o mesmo poderá se transformar efectivamente num investimento capaz de consolidar as suas relações multilaterais, bem como de contribuir de forma indelével para o desenvolvimento económico das suas respectivas economias, melhoria significativa das condições de vida da população, redução das assimetrias regionais (puxar o desenvolvimento mais para fora do litoral, no caso angolano, e para fora das regiões metropolitanas, no caso da RDC e da Zâmbia), aumento das receitas tributárias e fiscais por via do alargamento da base tributária (criação de riqueza nas zonas rurais) e redução do êxodo rural, como consequência da maior capacidade de geração de postos de emprego, maior rendimento e, consequentemente, o consumo.

 

Por: WILSON NEVES

Economista*

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