O cadáver de uma jovem, de 22 anos, que, em vida, respondia pelo nome de Stela Jeovane Carvalho Gonçalves, foi desenterrado e, de seguida, abusada sexualmente, na Sexta-feira, 18, no cemitério da Catumbela, por indivíduos ainda não identificados. Autoridades não dissociam de prática de feiticismo
Os autores teriam usado uma lâmina para cortar o traje menor que se tinha vestido ao cadáver, com o propósito de ter acesso aos órgãos genitais – determinou o exame médico-forense. Informações apuradas apontam que o facto ocorreu na transição do dia 17 para 18 de Agosto, horas não precisadas.
Os indivíduos escavaram a cova até ao limite da parte superior da urna e, de seguida, arrombaram a tampa da referida urna de onde retiraram o cadáver da jovem malograda de tom de pele mestiça.
Dias depois de Stela ter sido enterrada, os familiares fizeram-se ao campo santo para uma possível romaria na campa em que repousavam os seus restos mortais.
No entanto, postos no local, deram-se com a urna da sua entequerida fora da cova e o corpo estatelado no chão e decidiram accionar de imediato a Polícia.
Revoltados com o caso qualificado como insólito, os familiares esperam que as autoridades encontrem o mais rapidamente os presumíveis autores e que a justiça seja feita contra os mesmos.
O tio da malograda, Cláudio Gonçalves, explicou, numa rede social, que a família se surpreendeu bastante com o cenário no cemitério da Catumbela: urna retirada da cova, partida e o corpo exposto sem qualquer roupa.
“Corpo fora, roubo de urna não foi, porque a urna esta aí! E o corpo que está fora e todo despido”, frisou.
Em função do cenário a que foi obrigado a assistir, reportou o caso também às autoridades tradicionais.
No local, sobas fizeram os rituais tradicionais que se impunham, tendo chegado logo à conclusão de que se tenha tratado de um acto “satânico” e consideraram, por isso, reprovável tal tipo de comportamento.
O SIC diz ter tomado conhecimento do caso às 11h00 do dia 18 e movimentou uma equipa para o local, a fim de apurar o que estaria a acontecer no interior do Cemitério Municipal da Catumbela, no quarteirão adjacente à linha férrea, não tendo conseguido precisar a hora em que os factos ocorreram, uma vez que os autores ainda não estão identificados.
O SIC realça que do exame minucioso ao cadáver realizado pela equipa médico-legal verificouse que a roupa interior do cadáver foi cortado com o propósito de ter acesso aos órgãos genitais, presumindo que seja um ritual satânico, refere a médica legista Fátima de Almeida.
Após trabalho médico-legal, o cadáver foi reposto na cova.
O SIC assegura diligências para determinar os presumíveis autores e, nos termos do Artº 221º do Código Penal, serem responsabilizados por atentado contra a integridade de restos mortais.
O porta-voz do comando provincial da Polícia Nacional, superintendente-chefe Ernesto Tchiwale, assegura, ao jornal OPAÍS, um apurado trabalho investigativo, a fim de que os autores sejam responsabilizados.