A história já nos mostrou que a educação é a espinha dorsal de qualquer sociedade que queira responder, positivamente, às exigências do mundo contemporâneo.
Ela é, sem dúvida alguma, a ferramenta por excelência de desenvolvimento individual e colectiva.
E tudo isso faz sentido quando se olha para os exemplos de países que perceberam a importância de se investir, de forma geral, no sistema educativo e, por outro lado, daqueles países que pouco ou nada fazem para mudar o seu quadro educativo.
Quando se reflecte em torno dos países que viram na educação a oportunidade perfeita para o desenvolvimento colectivo, facilmente vêem à luz nomes como Finlândia, Dinamarca e outros.
Do outro lado da lista, figuram, infelizmente, nomes como Moçambique, Somália.
O nosso país, Angola, pelas razões que citaremos abaixo, também faz parte desta segunda lista, a lista dos que pouco ou nada fazem para a mudança do seu quadro e Sabe-se que Angola viveu conflitos armados, um dos quais conheceu o seu fim há pouco tempo, 2002.
De lá para cá, o governo tem, em tese, pretendido colocar, por meio de acções bastante turvas, diga-se, o Sistema Educativo Angolano nos padrões exigidos mundialmente.
Destaca-se, por exemplo, a Reforma Educativa de 1977.
Há outras acções que também podem servir de exemplo do interesse do Estado angolano em mudar o actual quadro educativo — que é negro — no entanto, nenhuma delas teve, por estarem a ser mal arquitectadas, o resultado que se espera.
Estas acções são estéreis porque, além de outros motivos de natureza político-partidária, estamos acostumados a pensar que a solução dos nossos problemas está lá fora, na Europa.
Ou seja, não nos fartamos de imitar as mesmas políticas educativas excludentes que os impérios europeus utilizavam nas antigas colónias africanas.
As políticas educativas em Angola, de igual modo, não têm pernas nem cabeça e, por isso, nunca andam. Elas não passam de retóricas muito mal pensadas, prova disso é a migalha que lhe reserva o OGE.
Não existe um único modelo de educação. Cada povo concebe o seu próprio modelo a partir do seu contexto sócio-cultural e das suas exigências ou necessidades.
Assim sendo, (i) não precisamos de copiar os outros (na questão em causa, atenção!) ao ponto de deixar de lado as soluções endógenas, (ii) temos de parar de culpar a guerra pelos nossos próprios erros de gestão pública (entre outros) e (iii) temos de parar de pensar que iremos a algum lugar sem as nossas línguas nacionais (falaremos sobre isso na próxima reflexão).
Há necessidade de se criar um Sistema Educativo à luz da realidade dos povos de Angola!
Por: FAMOROSO JOSÉ