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Déjá Vu

Jornal Opais por Jornal Opais
2 de Fevereiro, 2018
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Déjà vu, pronuncia- se Déjà vi, e é um termo da língua francesa, que significa “já visto”. Déjà vu é uma reação psicológica que faz com que o cérebro transmita para o indivíduo que já esteve naquele lugar, sem nunca ter ido, ou que conhece alguém, mas que nunca o viu antes. Antonica estava em pulgas, pois faltavam pouco mais de quinze dias para que as aulas começassem, a mãe tinha dito que este ano “reingressaria” no sistema escolar, porque o ano lectivo transacto tinha tido explicações uma vez que não se tinha conseguido vaga em nenhuma escola.

POR: Kamia Madeira

A menina sonhava acordada com a nova escola, os colegas, professores e com tudo que iria aprender, era muito curiosa e queria saber sempre mais para tornar-se médica e descobrir a cura para a Malária, mal sabendo que a Malária se evita com zonas sem lixo. Uma certa manhã, porém, ao levantar-se ouve uma conversa da mãe que a deixa apreensiva, explicava à sua tia Tininha que já tinha ido a duas escolas e que ambas tinham pedido uma quantia para a matrícula, quando se tinha ouvido que isso era ilegal. Antonica não conseguia perceber o porquê de não existir escola para todos, se uma das suas professoras tinha dito que as crianças são o futuro de uma nação.

Matutou, matutou e matutou e resolveu consultar o seu bisavô Bartolomeu para perceber o que se estava a passar. O ancião calmamente explicou: “ Antonica minha neta, o problema é que não se investe na educação, ainda ontem ouvia um debate em que uns senhores diziam que as escolas são de qualidade e que o ensino é para todos, mas afinal há um milhão de crianças fora do ensino escolar público e gratuito, há escolas que por não terem água fecham as casas de banho e alunos e professores defecam ao ar livre e os docentes começam a deixar de gostar da sua profissão porque ganham mal e para sobreviver têm que ser biscateiros e vender o seu tempo e conhecimento em várias escolas fazendo com que não consigam dar o melhor de si em nenhuma delas.

” Papá Bartolomeu, mas eu só quero estudar e aprender, quero ser médica e ajudar as pessoas e estou mais um ano em risco de não poder ingressar porque a mãe diz que estão a cobrar e nós não temos dinheiro para que possa estudar num colégio, porquê que só alguns podem? Porquê que quem de direito não olha por nós? Bartolomeu, sentiu o coração pesado, era já o segundo ano que a bisneta ficava sem estudar e com 14 anos na quarta classe tinha ainda um longo caminho pela frente. Mas que podiam eles fazer? Gente humilde e sem recursos com tantos filhos para educar… pensou na injustiça que era que o melhor só estivesse na mão de alguns se o país é de todos.

De nada adiantando dizer-se que há possibilidade de rever-se os valores atribuídos em orçamento para a educação e saúde, porque a triste realidade é que estes valores já deveriam ter sido acautelados, que a educação precisa urgentemente de uma reforma e não a dos papéis e planos estratégicos de 5 anos com muitos pontos e poucas concretizações. Próximo ao início do ano lectivo a mãe de Antonica informa, que mais uma vez não tinha conseguido inscrevê-la que iria tentar procurar um colégio para que não ficasse mais um ano sem estudar e que isso obrigaria a uma ginástica ao orçamento familiar já tão diminuto. Antonica chorou, mas não perdeu a esperança, não queria pensar que aquilo que vira, estar numa escola com colegas e professores, era só um déjá vu, algo que nunca acontecera e que corria o risco de não se realizar…

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