O colectivo de trabalhadores do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Bebidas e Similares reuniu-se, nesta quarta-feira (29), em assembleia, para definir um plano de contingência para a greve a desencadear-se, muito provavelmente, nesta sexta-feira, fruto dos descontentamentos dos trabalhadores que exigem melhores condições laborais e um aumento salarial de 24%
A este jornal, José Rufino, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Bebidas e Similares, esclareceu que, “ao contrário do que as pessoas terão percebido depois da última conferência de imprensa”, a reunião de quarta-feira era apenas entre os trabalhadores e não estava agendada com a entidade patronal do Grupo Castel Angola.
No encontro, tal como avançado no sábado, os funcionários elencaram os aspectos envolventes concernente à realização da Assembleia Geral de Trabalhadores para a decisão da Greve.
“A decisão da greve tem etapas e o que se fez foi uma das etapas, que era no sentido de trabalharmos na concentração em relação à manutenção dos serviços essenciais, à previsibilidade de manutenção das zonas sensíveis, do exercício laboral nas zonas sensíveis das empresas”, afirmou Rufino.
O porta-voz salientou que é importante salvaguardar estes aspectos antes de se declarar a greve para que, enquanto parte queixosa, estejam preparados, garantindo que tenham “toda a máquina bem afinada” para que a greve se observe dentro da ordem e dos princípios legais.
A greve vai ser realizada de forma interpolada, comportando três fases, duas de um dia de paralisação cada e uma de dois dias de paralisação, totalizando quatro dias de paralisação.
A outra, porém, será consertada internamente entre os sindicalistas. Os funcionários exigem um aumento salarial na ordem dos 24% (antes os 28% propostos) e solicitam informações, como a tabela salarial actualizada aplicável às categorias de gerentes de torres, incluindo directores, chefes de departamento, chefes de visão e demais dados técnicos, a tabela de reenumerações actualizada aplicável aos membros, tabela geral dos custos fixos operacionais de cada uma das empresas associadas.
Exigem também mapas demonstrativos de volumes de produção e vendas e o relatório contabilístico dos lucros de cada empresa com base nos respectivos relatórios de balanços financeiros de 2024 aprovados pela AGT e já publicados. “A informação solicitada é crucial para a elaboração de uma estrutura salarial justa e equitativa”, sublinhou o secretário-geral do SNTIBSA, José Rufino.
Entidade patronal não se pronuncia
O sindicato dos trabalhadores vem apresentando a sua indignação ao patrono desde Junho do ano em curso, com vista a realizarem rondas de negociações para consenso e resolução do problema.
No entanto, vários foram os encontros entre ambas as partes. No caso dos patrões, diante da exigência dos trabalhadores, apresentaram uma proposta de aumento salarial de 18%, o que não agradou aos trabalhadores por não ser aquilo que exigem, que é de 24%.
Importa relatar que o jornal OPAÍS contactou Julien Garin, delegado da área social do Grupo Castel, que está a negociar com o SNTIBSA, mas este não se mostrou disponível a responder às nossas ligações.
Depois de deixarmos uma mensagem ao seu telefone a espelhar o motivo da nossa ligação, eis que recebemos a seguinte resposta: “conforme as regras do Grupo, não podemos atender a vossa solicitação. Grato pela compreensão”, lê-se.









