Familiares de uma menor de 12 anos denunciam o agravamento do seu estado de saúde após ter sido vacinada contra o cancro do colo do útero, no âmbito da campanha nacional de imunização contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV) em curso no país. Ontem, a Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, se pronunciou sobre o estado da menina
Segundo o relato de Eunice Salvador Bango, irmã da menor, partilhado nas redes sociais, a menina Dalva Salvador Bango, estudante da Escola Nova 526, no município de Viana, foi vacinada na instituição sem aviso prévio nem consentimento dos encarregados de educação.
“A Dalva regressou a casa já vacinada, sem qualquer comunicação anterior ou posterior por parte da escola ou da equipa médica responsável”, afirmou a denunciante. De acordo com a família, no dia seguinte à vacinação, a menor apresentou uma reação alérgica grave, com inflamação generalizada e inchaços recorrentes.
A princípio, a criança foi levada a uma unidade de saúde, onde lhe foi diagnosticado “paludismo” e administrado um antialérgico, mas sem melhorias.
O quadro clínico agravou-se nos dias seguintes, e apenas após insistência da família, que ameaçou recorrer aos órgãos de comunicação e às autoridades, uma ambulância da equipa de vacinação deslocouse à residência para transportar a menor ao Hospital Pedalé, onde se encontra actualmente internada.
“Os médicos dizem apenas que o caso está em estudo e que a doença não tem relação com a vacina”, disse Eunice Bango, sublinhando que a irmã sempre foi saudável antes do episódio.
A família pede ainda que seja assegurado tratamento especializado e proteção dos direitos da menor, bem como o direito ao acesso às informações médicas.
Interpelada à saída da comemoração dos 50 anos de Independência de Angola, ontem, 11 de Novembro, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, esclareceu que a menina tem uma síndrome nefrótica, em que os rins perdem grande quantidade de proteínas, o que causa inchaço do corpo, principalmente da face.
Ainda nesta sequência, Lutucuta esclareceu que ela, a menina, tem perda de proteínas na urina e tem os lípidos derivados, características da síndrome nefrótica.
Portanto “não tem nenhuma relação com a vacina (HPV); aliás, as manifestações clínicas começaram antes da administração da vacina”, finalizou. Por estar internada no Hospital Pedalé, o director-geral desta unidade hospitalar também prestou esclarecimentos durante uma visita feita pela imprensa a este hospital, que noticiamos no artigo seguinte.









