O novo ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, chega, esta Quinta-feira, à capital angolana, segundo garantiu ao jornal OPAÍS uma fonte na embaixada da China.
A visita do chefe da diplomacia chinesa ao nosso país coincide com as comemorações dos 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Angola e a China, a 12 de Janeiro de 1983.
Nesta primeira visita a Angola, Qin manterá contactos de alto nível com as autoridades angolanas.
Angola e China elevaram o nível das suas relações para um quadro de parceria estratégica, sendo que o país asiático é o maior credor das autoridades angolanas, por via do financiamento das empreitadas de obras de reconstrução nacional de infra-estruturas, logo após o fim da guerra civil angolana.
Fora do sector da construção civil, com a responsabilidade de construção de importantes infra-estruturas, a China tem marcado presença em áreas variadas de investimento como a agricultura, indústria, comércio e mineração, entre outros sectores importantes da vida económica angolana.
Qin, 56 anos, foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros em 30 de Dezembro, sucedendo a Wang Yi, 69 anos, que substituiu Yang Jiechi como director do escritório do Partido Comunista para as Relações Externas, a mais alta figura da diplomacia chinesa.
Além de visitar a Etiópia e Angola, Qin também tem visitas programadas para o Gabão, Benin e Egipto no que será a sua primeira viagem ao estrangeiro desde a sua nomeação como ministro dos Negócios Estrangeiros, em 31 de Dezembro.
O objectivo desta viagem, que durará até 16 de Janeiro, é “aprofundar a parceria estratégica e a cooperação em todas as frentes” entre a China e a África, segundoWebin Wang, porta-voz do MNE chinês.
Qin cumpre uma tradição de há 33 anos, segundo a qual o chefe da diplomacia chinesa faz a sua primeira viagem externa à África, segundo Webin Wang para quem a China tem demonstrado um interesse crescente no continente africano, tornando-se o seu maior parceiro comercial.
A China financiou a construção da sede da UA, em Addis Abeba, em 2012, e um novo Parlamento para o Zimbabué, em 2022, entre outras obras.
A China também iniciou a construção da sede da Comissão Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) em Abuja, capital da Nigéria, em 2022.
De acordo com dados recolhidos pela Universidade John Hopkins (Baltimore, Estados Unidos), entre 2000 e 2019, entidades chinesas assinaram mais de 1.100 compromissos de empréstimo avaliados em cerca de 153 mil milhões de dólares com governos africanos ou empresas públicas em países africanos.
Pequim abriu também a sua primeira base militar ultramarina.