Foi através do Decreto presidencial número 236/25, plasmado em Diário da República de 18 de Novembro de 2025, I Série – N.º 218, que aprova o programa Nacional para o Desenvolvimento das Vilas piscatórias (pNDVp), captado por algumas cooperativas, que alguns pescadores e investidores do ramo ficaram a saber da nova política do Governo
Alguns pescadores e moradores das comunas costeiras do Buraco e da Barra do Kwanza manifestaram-se reanimados com o programa de criação de vilas piscatórias, nas zonas costeiras do país, esperando, igualmente, que as suas actividades sejam mais sustentadas e sustentáveis.
“O que nos preocupa são os gastos, porque nós enfrentamos muitas dificuldades, como são os casos de lua-cheia, lua-minguada e lua-nova, que têm influências variadas. Quando faz luanova, ainda conseguimos pescar por três ou quatro dias”, explicou o Mestre Midoy, como é conhecido na comuna-sede do Buraco, município do Mussulo, em Luanda.
A perda de redes provocada pela violação das embarcações semi-industriais é outro constragimento apontado pelo homem do mar, que pretende ver a fiscalização marinha reforçada, para evitar que os pescadores artesanais continuem a ser os mais prejudicados.
Segundo ele, o momento actual de graça que os pescadores do Buraco registam, na captura da sardinha, quimbumbo e carapau tem a ver com a fase da lua-nova que já descreveu. Entretanto, a bonança observará um interregno de cinco ou mais dias, devido à proxima clareza que se espera, o que vai obrigar os cardumes de peixe a abrigarem-se nas zonas mais profundas do mar.
Depois desse período, aparecerá o das marés altas, que também proporciona aos pescadores uma fartura de quatro ou cinco dias. “Quando a maré voltar a baixar, também se vai verificar baixa de captura de pescado. Mas,como é tempo de chuva, quando começar a chover, há mais possibilidade de pescar à vontade”, referiu o pescador, para quem, se a essa altura do ano estivesse a cair chuva com alguma regularidade, o pescado seria maior do que o que se regista actualmente no Buraco.
Por isso, Mestre Midoy e os colegas de ofício esperam que o projecto das vilas piscatórias venha trazer também um programa de formação ou de instrução, de tal forma que os artífices do mar dominem o ambiente marinho e as suas implicações directas ou indirectas às actividades piscatórias.









