Um jovem de 16 anos de idade morreu, Terça-feira, no Lubango, província da Huíla, vítima de um “disparo acidental” da Polícia, que tentava impedir um acto de vandalização contra património privado no bairro Nambambi, confirmou a Polícia Nacional (PN)
Segundo o comandante da PN na Huíla, comissário Divaldo Martins, tratouse de uma intervenção policial feita para impedir a vandalização das instalações da sede do Comité local do MPLA.
Divaldo Martins disse, em conferência de imprensa, essa Quartafeira, que a Polícia tentou dispersar a multidão que apedrejava as forças da ordem presentes no local, quando um dos agentes efectuou um disparo que atingiu o jovem adolescente, que ainda foi socorrido, mas acabou por morrer no hospital. Lamentou a ocorrência e solidarizou-se com a família da vítima a quem transmitiu sentimentos de pesar e garantiu apoio e tratamento do assunto “com transparência e lisura”.
Disse que foi já prestada uma informação sobre o incidente ao Ministério Público, de quem se aguarda um pronunciamento, enquanto o agente envolvido se encontra sob custódia numa Esquadra policial.
Alertou que o uso da força pelos agentes policiais exige moderação, mas reconheceu a necessidade de se compreender a complexidade situação, pois que, argumentou, os agentes foram atingidos com fragmentos de rochas, com destaque para o envolvido, que ficou ferido na cabeça com gravidade, antes de ser socorrido.
Divaldo Martins acrescentou que, na mesma ocasião, foram detidas três pessoas de 20 a 25 anos de idade, na zona do Mutundo, por suposto envolvimento na tentativa de obstrução de via e vandalização da sede do MPLA no bairro, sem provocar danos materiais relevantes.
Ressaltou que, devido aos actos de violência vividos esta semana na capital do país, Luanda, e noutras províncias do país na sequência da greve de taxistas, o Comando da PN na Huíla reforçou o policiamento nalgumas zonas da cidade do Lubango, incluindo Mutundo, desde Terça-feira, para a pronta intervenção em caso de necessidade.
Esclareceu que a situação dessa Terça-feira foi fruto apenas de uma má informação que acabou por criar um ambiente de insegurança que motivou, inclusive, a que os estabelecimentos comerciais encerrassem a sua actividade mais cedo.
Mais mil detenções na capital A Polícia Nacional anunciou, Terça-feira, a detenção de mil 214 pessoas, nas últimas 48 horas, em Luanda, por suposto envolvimento nos actos de pilhagem e vandalismo que se seguiram à greve dos taxistas iniciada segunda-feira.
Segundo o porta-voz da corporação, Mateus Rodrigues, o número de detenções tende a subir e os envolvidos serão responsabilizados pelos actos de arruaça, saque e pilhagem de bens públicos e privados.
“Queremos reforçar a nossa reprovação social aos actos que foram registados em Luanda, nas últimas 48 horas, porquanto não há e não se pode entender nenhuma forma dos actos perpetrados serem chamados ou tratados por manifestações”, disse.
Conforme o oficial, trata-se de actos criminosos que devem merecer o repúdio de toda a sociedade e, certamente, a devida responsabilização por parte das autoridades competentes.
Do ponto de vista de segurança, o responsável considerou a situação de estável, apesar do registo de algumas ocorrências posteriores aos actos de violência que marcaram o início da paralisação dos serviços de táxis decretada para 28 a 30 do corrente mês.