Um menor, de 15 anos de idade, perdeu a vida na tarde de ontem, em consequência de um disparo supostamente feito por um agente da Polícia Nacional, durante um tumulto ocorrido no bairro Nambambe, arredores da cidade do Lubango, capital da província da Huíla.
O facto ocorreu quando um tumulto foi levantado por jovens não identificados no mercado informal, tendo provocado alarido no seio da população e um engarrafamento de viaturas na zona do Bate Chapa, no bairro Nambambe.
A azáfama que se registava na zona, chamou a atenção dos moradores das redondezas, que saíram para ver o que se passava de facto. Neste instante, Manuel Luaya Teixeira, de 15 anos de idade, saiu da sua residência na companhia dos seus amigos, também para ver de perto o que se passava no seu bairro, quando a Polícia já tinha sido acionada para o local.
Teresa Negueve, mãe do adolescente, disse que deixou o seu filho em casa, já que era este que cuidava do pai que se encontra acometido pelas sequelas de um AVC que deixou-o sem a fala, porém não sabia que aquela seria a ultima vez que veria o seu único filho.
“Eu sai daqui para assistir a um funeral da filha de uma vizinha. A irmã dele tinha ido ao Mutundo para zungar. Quando cheguei até a casa, deparei-me com a informação de que o meu filho tinha sido baleado na manifestação, mas ele era só uma criança que nem sabia o que é se manifestar. Por favor, ajudem-me, eu sou desempregada e contava com os meus filhos para sobreviver e hoje a Policia matou o meu filho”, desabafou.
Face ao ocorrido, o comandante provincial da Polícia Nacional na Huíla, comissário Divaldo Martins, confirmou o corrido, tendo revelado que o mesmo deu-se quando um grupo de jovens, em número não preciso, tentava invadir o Comité de Acção do MPLA. Na tentativa de as forças da ordem repor a legalidade, estes responderam com arremesso de pedras contra a Polícia, dai um agente respondeu com um disparo que alvejou o menor na região do tronco.
De acordo com Divaldo Martins, o menor ainda foi socorrido para o Hospital Central do Lubango, onde chegou à falecer por conta da gravidade dos ferimentos. Por outro lado, o comandante provincial revelou que o agente encontra-se detido, enquanto decorrem investigações sobre as circunstâncias em que tudo terá acontecido.
POR:João Katombela, na Huíla