Ao reconhecerem que ainda há muito trabalho pela frente na formação e qualificação do capital humano nacional, os reitores das principais universidade do país, nomeadamente, a Universidade Agostinho Neto, Univesidade Católica de Angola, Jean Piaget, e jovens angolanos na diáspora e demais participantes internacionais defenderam melhorias e mais qualidade de formação para capacitar o capital humano nacional
A Conferência Nacional do Capital Humano, uma iniciativa do Presidente da República João Lourenço, que decorreu de 29 a 30 de Agosto, na Marginal de Luanda, contou com a presença de mais de duas mil pessoas, entre académicos, políticos, diplomatas, artistas e angolanos que vivem fora de Angola e outros, que se juntaram durante dois dias, para debater sobre o estado actual, desafios, qualidade e a formação do capital humano do país.
Ao OPAÍS o reitor da Universidade Agostinho Neto, Pedro Magalhães destacou a importância do evento, assegurando que a conferência realçou o Plano de Desenvolvimento Nacional na medida em que tudo passa pela formação do capital humano.
Pedro Magalhães afirmou que de certa forma foi uma chamada de atenção e de responsabilidade às instituições do ensino superior, e não só, no sentido de apostar na qualidade de formação dos angolanos e criar as condições necessárias para que o capital humano nacional seja capaz de assegurar o desenvolvimento do país.
“É um momento importante para toda nação. O melhoramento do capital humano passa pela aposta na formação de qualidade dos angolanos, ou seja , se criarmos condições no sentido de termos professores qualificados , infraestruturas adequadas , formaremos quadros qualificados” disse.
Questinado sobre como avalia a qualidade do capital humano actual do país , o reitor da principal Universidade Pública de Angola assegurou que há a necessidade de se apostar na melhor qualificação para se adaptar ao contexto mundial. “O nosso capital humano está bem.
Aquilo que temos hoje é fruto do pessoal formado, no entanto o próprio desafio e o contexto mundial exige um capital humano com outras competências, precisamos apostar na melhor qualificação e olhar para o contexto mundial. Hoje estamos com o capital capaz de assegurar as tarefas de hoje, mas o futuro exige pessoal qualificado com outras competências”, avançou.
Melhorias registadas na formação de quadros
O reitor da Universidade Jean Piaget de Angola, Samuel Vitorino, afirmou que o evento foi importante e oportuno, justificando que os quadros angolanos precisavam sentar para partilhar novas ideias e discutir melhores caminhos para o crescimento e a formação do capital angolano, afirmado que sem as pessoas formadas não há desenvolvimento.
“ Precisávamos nos sentar. Pessoa bem formadas e preparadas é que fazem as coisas acontecerem, então é bom sentar para vermos como estamos o que temos de fazer melhor, o que fizemos bem para perspectivar um desenvolvimento futuro que nos leva a andar mais rápido, rumo ao desenvolvimento integrado da sociedade”, afirmou.
Ao fazer uma avaliação do estado actual dos quadros que o país já possui, Samuel Vitorino afirmou que no geral o capital humano tem registado uma boa melhoria, recordando que o país já esteve pior em 1975 quando a taxa de analfabetismo estimava-se em mais de 80 por cento. “ A avaliação é boa.
Já estivemos mal, quando recebemos o país em 1975 não estávamos bem , hoje a taxa de analfabetismo reduziu para 75 por cento, o que é muito bom. Isso quer dizer que está nas nossas mãos desenvolver o país e o desenvolvimento passa pela formação das pessoas a todos os níveis com competências e habilidades suficientes para desenvolver com mestria a sua actividade”, disse.
Já a vice-reitora da Área Acadadémica da Universidade Católica de Angola, Maria Helena Miguel, afirmou que Angola ainda tem muitas carências e lacunas quanto a formação e qualidade dos quadros e assegurou que o tema foi oportuno e urgente para a promoção do desenvolvimento do país.
“Acho que ainda temos muitas carencias, muitas lacunas e também penso que há um aspecto que devemos todos prestar muita atenção é a questão da qualidade da formação. Ainda não atingimos um nível de qualidade suficiente para dar respoósta as nossas necessoidades”, afirmou.
Para o embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana, iguel Bembe, a conferência simbolizou um marco histórico e necessário ao abordar as perspetivas para o futoro dos quadros locais.
“É uma conferência absolutamente necessária para o nosso país, porque abordar uma questão fundamental que é o ser humano e sobretudo perspetivar os desafios futos, por isso concluo que foi um evento muito importante”, assegurou.
Angolanos na diáspora
Os participantes que vieram da diáspora e participaram da conferência para uma passagem de valores e experiências sobre a formação de quadros qualificados no demais país por onde residem, demostraram uma satisfação e orgulho dos quadros que encontraram a pós o regresso, e pela organização do primeiro evento que valoriza os quadros nacionais.
A jornalista e correspondente da TPA nos Estados Unidos de América, Ariana Veras, por exemplo, mostrou-se orgulhosa pelo capital humano que encontrou afirmado que foi uma inciativa acertada pelos angolanos sentarem e repensarem sobre o maior recurso que o país possue.
“Eu não pudia estar mais orgulhosa de Angola do que estou. São 50 anos e nota-se uma grande maturidade no país e o exemplo foi a conferência que esteve a repensar o maior recurso que o nosso país tem que é o capital humano.
Enquanto profissinal de comunicação e o outros colegas estamos a reflectir no que podemos trazer para engrandecer o nosso país e preparar os futuros comunicadores”, assegurou.
Durante a conferência o Presidente da República anunciou a contrução de mais escolas, formação de professores, para breve, para assegurar a qualidade do capital humano.