Um projecto, denominado ‘Ekwatiso Epata’ (ajudar família, traduzindo do umbundu para o português), de iniciativa de Buaio Kumbú, em parceria com o Governo de Benguela, foi, recentemente, lançado a pensar na inclusão financeira de mais de 200 agregados familiares, correspondentes a 1500 pessoas, em que cada família deve receber 250 mil para iniciar um negócio. João Buaio, um dos promotores do projecto, deixa claro que não é esse mecanismo que vai combater a pobreza, mas espera, pelo menos, minimizá-la
O projecto ‘Ekwatisa Epata’ propõe-se a inverter algum cenário de vulnerabilidade a que muitas famílias estão sujeitas, na perspectiva de auxiliar o Governo no combate à fome e na promoção do auto-emprego.
Numa primeira fase, a iniciativa contempla mais de 200 famílias, desembolsando, para cada família, 250 mil kwanzas. O sócio-gerente da empresa operadora de micro-crédito, João Buaio, admitiu, em entrevista a este jornal, momentos depois de a vice-governadora para o sector Político, Económico e Social ter procedido ao lançamento, que o objectivo é o de fazer crescer o projecto, de modo a que, num futuro próximo, abranja o maior número possível de famílias.
O responsável está consciente de que esse mecanismo, por si só, não vai eliminar a pobreza no seio das famílias, mas espera, com o gesto, reduzir o impacto social desse problema. “Dar-lhes um pequeno poder para produzirem e, a partir disso, conseguirem um pequeno sustento. São mais de 200 famílias.
Em função da média de família, que são 7 pessoas, estamos a falar, numa primeira fase, de mais de 1500 pessoas que se podem beneficiar de forma directa com o projecto”, sustenta. Justifica que a iniciativa surge na sequência de observações de um número considerável de pedidos de ajuda que, volta-e-meia, têm sido feitos à empresa. “Mas que não têm nenhum requisito, não têm garantias. Têm uma ideia de negócio, mas não têm suporte por não reunirem as garantias.
Daí que nós pensamos em atender a esta franja da sociedade“, explica. Buaio diz que vão ser criados, um pouco pela província em administrações municipais, balcões destinados à recepção de documentos e à prestação de informações úteis relativas aos procedimentos para adesão ao projecto.
Neste particular, acena para o apoio do Gabinete de Acção Social, por ser a área do Governo que cuida desses aspectos e, como tal, dispõe de dados de famílias em situação de vulnerabilidade. “Podem nos ajudar a materializar de forma mais eficaz o projecto.
A ideia é envolver, para além do Governo…mais pessoas dentro da sociedade. Empresários e não só”, afirmou o empresário, ao projectar um impacto positivo para a vida de muitas famílias na província de Benguela, por permitir que elas sejam donas dos seus negócios.
Ele reforça que o projecto vai apoiar, sobretudo, pequenos negócios e iniciativas comunitárias, através de créditos acessíveis e acompanhamento técnico, marcando, deste modo, uma nova etapa no desenvolvimento económico e social local, sem, no entanto, revelar os valores globais envolvidos para essa empreitada.
De acordo com o empresário, o Banco Nacional de Angola está entre as instituições que também abraçaram o projecto, devendo ocupar-se da formação das famílias que forem seleccionadas para a inclusão financeira.
João Buaio esperançoso de que outros se juntem ao projecto mais parceiros, para conferir o impulso de que muitas famílias precisam para a sua actividade económica.
Ao proceder ao lançamento do projecto, a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Cátia Cachuco, viu no ‘Ekwatiso Epata’ um passo decisivo para a inclusão financeira e o fortalecimento do empreendedorismo em Benguela, ao mesmo tempo que manifestou o desejo do governo em abraçar o projecto. Cachuco não tem dúvidas de que iniciativas dessa natureza visam tão-somente juntar ao esforço de combate à pobreza no seio das famílias.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela









