Os professores do município da Bibala, província do Namibe, encontram-se a observar uma greve interpolada desde o mês de Setembro do ano em curso por causa da falta de pagamento dos subsídios de isolamento, destinados aos funcionários públicos e agentes administrativos que trabalham em zonas recônditas, cuja efectivação teve o seu início no primeiro trimestre do ano passado
A paralisação por greve deve-se ao não pagamento de 14 meses de subsídios de isolamento aos professores colocados nas zonas recônditas e menos desenvolvidas, tendo o município da Bibala sido incluído nesta categoria. Os professores, que denunciaram o facto ao OPAÍS, dizem que a mesma greve tinha sido interrompida no dia 25 do mesmo mês.
Isso foi em função de um encontro havido entre estes e o Governador Provincial do Namibe, Archer Mangueira, que, na altura, prometeu dar solução ao problema num prazo de 30 dias. Entretanto, de acordo com os professores, a promessa feita pelo Governador Provincial do Namibe, até ao momento, não foi cumprida, o que aumentou ainda mais a frustração dos docentes, que voltaram de imediato a cumprir com a greve.
“A greve começou em Setembro e, no mesmo mês, isto é, no dia 25, excelência Archer Magueira, deslocou-se ao município e reuniu-se com a classe, pedindo que se suspendesse a mesma e que, no prazo de 30 dias, ele resolveria. Findo o prazo, o Sindicato Municipal entendeu dar uma moratória de uma semana, fracassou. Depois disto, reactivamos a mesma, que começou em Novembro isto é, no dia 19 do corrente; são 14 meses em falta”, explicou um professor que preferiu anonimato.
Supostas negociações colocam professores de costas viradas com SINPROF Provincial
Os professores em greve no município da Bibala, província do Namibe, denunciam existir alguma coação da parte do governo local para com a direcção do Sindicato dos Professores nesta província do sul de Ango- la, para que os mesmos exijam dos seus filiados suspensão da greve que se observa desde Setembro de forma interpolada.
Para o efeito, a direcção do Sindicato Nacional dos Professores no Namibe realizou um encontro restrito no passado dia 27 do mês em curso, durante o qual ficou decidido que a greve deve ser suspensa a partir do mesmo dia e a retoma das aulas no dia 1 do mês de Dezembro. Os professores afirmam que a decisão saída do referido encontro não pode ser vinculativa, pelo facto de não ter sidorealizada uma assembleia de trabalhadores para tomar tal decisão, e prometem continuar com a greve para exigir o pagamento dos 14 meses de subsídios em falta.
“Na sequência do pagamento dos subsídios de isolamento em zonas recônditas aos professores da Bibala, ficou em falta um valor correspondente a 14 meses não pagos. Foi assim que, das várias apelações feitas para o devido pagamento, sem sucesso, o SINPROF municipal, no final do mês de Setembro, decretou uma greve que devia decorrer em três fases interpoladas, sendo que a última seria de 19 de Novembro a 19 de Dezembro”, esclarece a fonte.
Assim, adianta o nosso interlocutor, passados os 30 dias sem terem sido pagos os referidos valores, associado ao silêncio a que chama de “tumular” de quem vinha alimentar promessas, numa altura em que se aproximavam os dias programados para a terceira fase, nada mais restou, senão “accionar a terceira fase, que teve início no dia 19 de Novembro, até o dia 19 de Dezembro”, revelou um outro professor que também soli- citou anonimato.
POR: João Katombela, na Huíla









