Francisco Paciente, presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), garantiu, ontem, que a organização não convocou qualquer paralisação para o dia 11 de Agosto, contrariando informações postas a circular nas redes sociais
Durante a entrevista concedida nesta quarta-feira, 07 de Agosto, ao portal “O Decreto”, Francisco Paciente abordou um conjunto de questões que preocupam a classe dos taxistas a nível nacional, esclareceu as razões que levaram à primeira paralisação e desmentiu a próxima paralisação.
O presidente da ANATA desmentiu a existência de qualquer paralisação agendada pela associação para o dia 11 de Agosto e denunciou tentativas de indivíduos alheios à estrutura da ANATA de pressionarem a direcção, aproveitandose da actual situação de fragilidade causada pela detenção do vicepresidente.
“A ANATA não se esconde para fazer comunicados. Já esclarecemos publicamente que não convocámos nenhuma paralisação e já comunicámos às instituições públicas sobre isso”, frisou.
Francisco Paciente acusou esses grupos de tentarem descredibilizar a liderança da associação por meio das redes sociais, promovendo campanhas de desinformação.
“Existem indivíduos que querem administrar a ANATA pelas redes sociais, com interesses políticos e pessoais que nada têm a ver com os interesses da classe dos taxistas”, disse, reafirmando o compromisso da ANATA com a legalidade e a defesa da classe que representa. Outro ponto destacado na entrevista foi a detenção do vice-presidente da ANATA, cujo nome não foi revelado.
O líder da associação manifestou solidariedade e reiterou o acompanhamento do caso pelos advogados da organização. “Exortamos às autoridades que lhe sejam garantidos todos os direitos enquanto cidadão detido, sem qualquer tratamento desumano.
A nossa solidariedade será feita com responsabilidade, sem prejudicar o trabalho das instituições de justiça”, declarou. Voltou a frisar sobre a ausência de legislação sobre a carteira profissional, a falta de integração na segurança social e a exclusão social que impede muitos profissionais de aceder a programas habitacionais e de crédito automóvel.
“Os taxistas já não têm acesso a quase nada, não conseguem candidatar-se nem a concursos para habitação, nem para automóveis, porque não há segurança jurídica sobre a actividade que desenvolvem”, afirmou o presidente da ANATA.
Francisco Paciente reconheceu que a resolução da carteira profissional não depende apenas de um único ministério, sendo necessário um esforço conjunto dos Ministérios dos Transportes, Interior e MAPTSS (Administração Pública, Trabalho e Segurança Social), o que, segundo disse, tem provocado sucessivos atrasos e alimentado o descontentamento da classe.