Foi suspensa, na sexta-feira, 13, a marcha da organização não-governamental Omunga, inicialmente marcada para sábado, 14, com a qual as organizações da sociedade civil, em Benguela, encabeçadas pela Omunga, pretendiam exigir a reposição de iluminação pública da via Lobito/Benguela e vice-versa. No encontro entre os promotores e o governador de Benguela, Manuel Nunes Júnior, na quinta-feira, 12, ficou vincada a promessa de resolução do problema até Agosto deste ano
O coordenador da Omunga, João Malavindele, justifica a não realização da marcha com o facto de, pelo menos, as autoridades terem tomado ciência de que há necessidade de se trabalhar para se inverter o quadro, uma vez que muitas vidas se têm perdido naquela via.
O activista manifestase consciente de que a decisão ora tomada não agradou até alguns parceiros, mas diz ter sido a melhor medida, por haver um compromisso assumido pelas autoridades.
Os dias que antecedem à marcha ficaram marcados por uma série de demarches do Governo de Benguela a solicitar à Omunga que não saísse à rua.
Foi este, digamos, o mote de uma deslocação do vice-governador para o sector Técnico e Infra-estruturas, Adilson Delany, à sede da Omunga, no bairro da Luz, no Lobito, acompanhado do administrador local, Carlos Pacatólo.
Para além de Adilson Delany, na tarde de quinta-feira, 12, um grupo de activistas, que teve o coordenador da Omunga, João Malavindele, à cabeça, foi recebido pelo governador de Benguela, Manuel Nunes Júnior, para tratar, justamente, desse assunto.
Um dia depois, foi tomada a decisão de suspensão. João Malavindele está a ser duramente criticado por ter decidido suspender a marcha, que sairia à rua no sábado. Alguns activistas levantam suspeição em relação ao cumprimento do que ficou acordado.
Em declarações ao Jornal OPAÍS, o coordenador executivo da Omunga explicou que imperou, para já, o bom senso e a abertura por parte do Governo da Provincial de Benguela, tendo dado a conta de promessa feita por Nunes Júnior, o governador, de que, até em Agosto, o problema de falta de iluminação pública vai ser completamente resolvido.
“Entre nós, há quem não aceite. Há os que estão contra a decisão, outros estão a favor”, admitiu Malavindele. Em rigor, conforme sustenta, a intenção era chamar o Governo de Benguela à razão e, por conseguinte, o perigo da via e “conseguimos trazer o Governo à mesa das negociações”, refere. Caso não se venha a materializar, a Omunga de Malavindele vai voltar à carga – assegurou o activista.
O activista reitera, pois, que tal não significa, à partida, que a suspensão seja definitiva, sendo que a acção da Omunga está dependente daquilo que pode vir a ser a acção do Governo, esperançado de que o governador Nunes Júnior honre a palavra empenhada.
“Se não for cumprido, nós vamos voltar à carga, para exigir o cumprimento”, vincou activista. Malavindele solicitou ao Governo de Benguela para acompanhar milimetricamente o processo inerente à contratação da empresa que vai executar, para além de outros expedientes.
Governo não avançou ainda o orçamento envolvido, mas às organizações da sociedade civil foi revelado que a modalidade de contratação a ser accionada é a por carta-convite, devido à urgência que o assunto encerra.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela