Os representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Angola defenderam, nesta quarta-feira, em Luanda, a criação de uma Rede Nacional de Comunicadores para a Saúde, de modo a combater a desinformação do sector da Saúde no país
Os responsáveis falavam na abertura da formação sobre “O Papel e a Responsabilidade dos Comunicadores na Gestão de Crises de Saúde Pública”, dirigida a jornalistas de órgãos públicos e privados, correspondentes internacionais e comunicadores institucionais, numa iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com a OMS e UNICEF.
Para o representante da OMS em Angola, Valdes Tomás, o sector da saúde vai além da medicina, por isso deve ser construído de forma colectiva, envolvendo áreas como a educação, o saneamento e a comunicação.
“Estamos aqui a falar de saúde, não de doença, para a doença precisamos de médicos, mas para a saúde de alianças, de jornalistas, comunicadores, líderes comunitários e instituições comprometidas com o bem-estar público”, afirmou.
Valdes Tomás disse que a criação de uma rede que una jornalistas de todo o país, permitirá o intercâmbio de boas práticas, o uso de fontes fidedignas e o desenvolvimento de estratégias eficazes de comunicação em saúde em Angola.
“Imaginem o impacto de uma reportagem clara sobre a malária, que leva uma mãe a reconhecer os sintomas a tempo, ou de uma campanha bem comunicada, que motive um jovem a mudar de comportamentos de risco.
A comunicação salva vidas”, reforçou. Já a representante em Angola do UNICEF, Loise Moreira, considerou pertinente e urgente que se criem espaços de colaboração contínua entre jornalistas, profissionais de saúde e parceiros institucionais.
“Uma rede de comunicadores para a saúde permitirá uma resposta mais ágil, coordenada e baseada em factos durante crises, como surtos epidémicos ou campanhas de vacinação”, realçou.
Conforme a responsável, a rede de comunicadores é uma ferramenta estratégica para garantir que a população receba mensagens claras, acessíveis e correctas.
As agências internacionais reiteraram ainda o compromisso em apoiar de forma técnica e institucionalmente a criação desta rede, que pode funcionar como um instrumento de literacia em saúde, combate à desinformação e incentivo à adopção de comportamentos saudáveis.
A iniciativa, que tem ainda o apoio da União Europeia, conta com cerca de 60 participantes e vai também reforçar o papel fundamental da comunicação na salvação de vidas, na promoção de comportamentos saudáveis e no combate à desinformação.
Consta do programa da formação sessões práticas, debates e partilha de ferramentas para melhorar a qualidade e a responsabilidade da cobertura jornalística dos temas de saúde.