Munícipes de Mbanza Kongo, província do Zaire, defenderam, nesta terça-feira, a instalação de radares na Estrada Nacional (EN210), que liga os municípios de Mbanza Kongo e Nzeto, para a prevenção dos acidentes de viação que ocorrem neste troço rodoviário
Ouvidos pela ANGOP, os interlocutores foram unânimes em afirmar que a montagem desses equipamentos em zonas estratégicas da EN-210 ajudaria na redução da sinistralidade rodoviária neste troço de acesso à capital do país, Luanda.
O munícipe André Lelo considerou preocupante o elevado número de acidentes de viação que ocorrem nessa via todas as semanas, para quem a instalação de radares para detectar os automobilistas que conduzem em excesso de velocidade seria uma das soluções.
“Quase todas as semanas, os municípios do Tomboco e Nzeto, localizados na EN-210, registam acidentes de viação que resultam em mortes e ferimentos graves, para além de avultados danos materiais. Acho que é o momento de as autoridades inverterem esse quadro desolador”, salientou.
Para Teresa Mpanzo, também habitante de Mbanza Kongo, os acidentes de viação passaram a ser a segunda causa de morte no país depois da malária, fruto do incumprimento das regras de trânsito por parte de muitos automobilistas e motociclistas.
Para além da Estrada Nacional 210, a fonte também defendeu a montagem de radares no troço rodoviário que liga os municípios de Mbanza Kongo/Luvo/Nóqui, devido ao fluxo de camiões que diariamente cruzam a fronteira com a República Democrática do Congo (RDC). “É uma estrada que também regista muitos acidentes de viação, caracterizados por capotamentos e despistes, fundamentalmente”, descreveu.
A entrevistada apontou o excesso de velocidade, a condução sob efeitos de álcool, o desrespeito às regras de trânsito e o mau estado técnico de algumas viaturas como sendo as principais causas dos acidentes nas estradas da região.
Por sua vez, o citadino Miguel Agostinho apontou o reforço das campanhas de sensibilização sobre a sinistralidade rodoviária e a fiscalização periódica das viaturas, como outras formas que podem contribuir na redução dos acidentes que têm ceifado vidas humanas e deixado outros cidadãos com sequelas para sempre.
Acrescentou que a sinistralidade rodoviária é um problema sério que ameaça a integridade física e o bem-estar da população, pelo que pede o envolvimento das igrejas e da sociedade civil para o combate ao flagelo.
Dados do Departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária (DTSER) no Zaire, a que a ANGOP teve acesso, indicam que de Janeiro a Junho deste ano, foram registados 350 acidentes, que resultaram em 42 mortos e 490 feridos. Comparativamente ao período homólogo de 2024, verificou-se uma redução de 100 acidentes, 30 mortes e 57 feridos.