No decurso da sua missão a Angola, uma delegação do Banco Mundial visitou recentemente a Maternidade Lucrécia Paim, no âmbito do Programa Nacional de Formação de Recursos Humanos em Saúde – Human Resources Capacity for Universal Health Coverage in Angola, uma iniciativa financiada pelo Banco Mundial e implementada pelo Ministério da Saúde.
A visita teve como principal objectivo avaliar o progresso das acções de formação e especialização dos profissionais de saúde, com destaque para os cursos de Enfermagem Materno-Neonatal, Cuidados Intensivos.
Durante a deslocação, a delegação pôde observar de perto as actividades pedagógicas e o impacto do programa na capacitação dos profissionais de saúde. Actualmente, a Maternidade Lucrécia Paim acolhe 147 internos, dos quais 114 frequentam o curso de Enfermagem Materno-Neonatal e 27 estão a especializar-se em Cuidados Intensivos, demonstrando o crescimento contínuo do investimento na formação técnica e especializada no país.
A equipa visitante foi recebida por Rosa Dilana Morais, directora do internamento, e por Heraclides Jorge, secretário facilitador da área pedagógica, que apresentaram os principais resultados alcançados, bem como os desafios enfrentados no processo de formação das recomendações anteriores da missão, que incluíam o reforço da assinatura do Código de Conduta, a prevenção da violência baseada no género (VBG) e o funcionamento do mecanismo de gestão de reclamações nas unidades de formação.
A reunião, presidida pelo Job Monteiro, Coordenador e Gestor Técnico do Projecto, e contou com a participação remota de Isabel Gria, especialista em Gestão de Riscos Ambientais, que apresentou um relatório detalhado sobre os progressos alcançados e as medidas implementadas no âmbito do cumprimento das salvaguardas ambientais e sociais do projecto. Segundo os dados apresentados, 85% das reclamações registadas foram resolvidas, reflectindo o compromisso do Projecto com a transparência e a boa governação institucional.
A missão destacou ainda o protagonismo das mulheres, que representam 62% dos formandos, reforçando o compromisso com a equidade de género no sector da saúde. Entre os temas discutidos, estiveram em destaque as condições sociais e logísticas dos formandos, incluindo desafios de transporte, alojamento e segurança, sobretudo para os estudantes provenientes de outras províncias.
Foram também analisadas as medidas de prevenção da violência e do assédio, com a implementação de planos de ação específicos e a formação de pontos focais para o acompanhamento dos casos.
Outro ponto abordado foi o processo de digitalização do mecanismo de gestão de reclamações, que prevê a criação de um sistema informático e a instalação de caixas de reclamações físicas e virtuais em todas as unidades de formação. A equipa técnica apresentou ainda o manual de segurança e condução defensiva, que estabelece procedimentos para o uso de viaturas e prevenção de acidentes, e os planos ambientais e sociais de mitigação, alinhados com as exigências do Banco Mundial e a legislação nacional.
Humberto Cossa, Task Team Leader do Projecto pelo Banco Mundial, elogiou o nível de colaboração entre as equipas do Ministério da Saúde e do Banco Mundial, sublinhando que “o programa está a consolidar as bases para uma força de trabalho de saúde mais qualificada, inclusiva e resiliente”.
A missão reiterou o seu compromisso em apoiar o Governo de Angola na execução plena do programa, destacando os avanços alcançados e o impacto positivo na melhoria da qualidade dos serviços de saúde em todo o país.
O Programa Nacional de Formação de Recursos Humanos em Saúde visa reforçar as capacidades técnicas e profissionais do sector, promovendo uma cobertura de saúde universal e de qualidade. A iniciativa é financiada pelo Banco Mundial e implementada pelo Ministério da Saúde, através da Unidade de Implementação do Projecto (UIP).









