No âmbito do compromisso com a Formação de Quadros, foram enviados 117 bolseiros a Portugal, que registaram alguns constrangimentos de acesso a divisas, mas que o Ministério da Saúde diz estar a trabalhar para a regularização urgente da situação
A garantia foi dada pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, durante uma reunião remota com os parceiros e bolseiros em Portugal. Ladeada pelo coordenador e gestor técnico do projecto de Formação de Recursos Humanos para a Cobertura Universal de Saúde em Angola, Job António, o encontro visou reforçar o compromisso do Ministério da Saúde com a formação e especialização de 38 mil profissionais de saúde até 2028.
Durante a reunião, foi dado particular destaque à situação dos 117 bolseiros enviados a Portugal nos dias 1, 3, 4 e 13 de Maio, para uma formação de três meses em Medicina Geral e Familiar.
Devido a constrangimentos temporários de acesso a divisas, cada bolseiro recebeu uma ajuda de custo inicial limitada, a situação que mereceu atenção imediata da governante, que orientou os órgãos competentes no sentido da regularização urgente.
Para esse efeito, uma equipa da Unidade de Implementação do Projecto (UIP) se encontra em Portugal desde 11 de Junho, tendo sido estabelecido um plano de pagamento dos subsídios em atraso, a ser executado em duas fases, com prioridade para os casos mais críticos.
Durante a reunião, a ministra foi informada sobre os avanços do projecto a nível nacional e internacional, que conta já com 9.864 profissionais em formação, dos quais 5.615 são mulheres; 741 bolseiros em formação no exterior, dos quais 364 em medicina geral e familiar.
Dos que estão no exterior, 117 se encontram em Portugal, 111 no Brasil e 136 em Cuba. Aqui, no nosso país, estão a ser capacitados 9.110 profissionais, dentre os quais, 4.059 médicos internos (em estágios rotativos de 39 especialidades médicas), 3.954 profissionais (em 10 cursos de especialização em enfermagem), com destaque para enfermagem em saúde comunitária que abrange um total de 674.
Diversos técnicos e gestores são capacitados localmente em áreas como gestão hospitalar, ecografia, neurociências e diagnóstico por imagem. O projecto aponta ainda que foi iniciado o processo de aquisição de equipamentos para o reforço do ensino a distância e do Programa Nacional de Telemedicina.
Para a ministra Lutucuta, “o futuro do nosso sistema de saúde depende da qualidade dos nossos quadros. Este investimento é estrutural e estratégico para a soberania sanitária do país”.