O reforço estrutural do Sistema Nacional de Saúde e os desafios clínicos e sociais enfrentados por doentes durante e após a alta das Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) estiveram no centro dos debates do II Simpósio Internacional da Sociedade Angolana de Cuidados Intensivos (SACI), realizado recentemente em Luanda, com a participação de centenas de profissionais de saúde nacionais e estrangeiros
Um dos momentos de maior destaque do encontro foi a intervenção da médica intensivista portuguesa Teresa Cardoso, que chamou a atenção para um problema ainda pouco debatido no país: a síndrome pós-cuidados intensivos, uma condição que afecta uma proporção significativa de doentes que sobrevivem ao internamento em UCI.
Segundo a especialista, mais de 50% dos doentes submetidos a ventilação mecânica e coma induzido desenvolvem a síndrome após a alta, enquanto que, mesmo entre pacientes que não necessitam de terapêuticas tão invasivas, mais de um em cada três apresenta sequelas persistentes.
“A prevalência é elevada e as consequências são profundas, comprometendo o regresso à vida activa e a reintegração social”, sublinhou. A síndrome pós-cuidados intensivos manifesta-se através de alterações físicas, cognitivas, psicológicas e sociais. Do ponto de vista físico, a fraqueza muscular adquirida em cuidados intensivos surge como a manifestação mais precoce e frequente, podendo ocorrer ainda durante o internamento e afectar até dois terços dos doentes ventilados por períodos prolongados.
Leia mais em









