O Instituto Nacional da Criança (INAC) registou, em todo o país, um total de 463 menores que foram abusadas sexualmente, de Janeiro a outubro do corrente ano. Das mais variadas profissões dos abusadores, o maior número de violações foi praticado por professores, no caso 65. o psicopedagogo e o psicólogo que conversaram com o nosso jornal foram unânimes em concordar que estes traumas criam dificuldades no processo de aprendizagem das vítimas
No mês de Julho do corrente ano, a Direcção de Investigação e Ilícito Penais (DIIP), no caso o seu porta-voz, Quintino Ferreira, confirmou a detenção de um professor e director pedagógico de um colégio privado, acusado de ter abusado sexualmente de quatro alunas no seu gabinete. As menores, com idades compreendidas entre os 11 e 14 anos, foram vítimas de violação sexual perpetrada pelo professor e director pedagógico de 33 anos de idade.
Quatro pais destas menores e alunos do referido colégio tomaram a iniciativa de comunicar às autoridades e o DIIP investigou e deteve o cidadão. As quatro menores tiveram a coragem de conversar com os seus pais. Os actos de abuso eram praticados pelo acusado em sua sala de trabalho e, na altura, depois da detenção, foram identificadas pelo menos cinco vítimas. Este é apenas um dos 65 casos de menores abusadas sexualmente por agentes da educação registados pelo INAC.
No período de Janeiro a Outubro do presente ano, segundo os dados avançados pela porta-voz da instituição, Rosalina Domingos, registaram 463 casos de violação sexual, através do canal SOS-Criança. Do total de violações sexuais, com base nas profissões dos abu- sadores, 65 foram praticadas por professores, 56 foram por taxistas, 45 por pedreiros, 42 por engenheiros, sete por camponeses, quatro por polícias, uma por militar e 243 por pessoas de outras profissões.
A palavra professor tem origem no latim professus, que significa “aquele que declarou em público” ou “aquele que afirma publicamente”, derivada do verbo profitare. Entretanto, o psico- pedagogo Gelson Manuel explica que o termo também se refere a alguém especialista num de- terminado assunto e que serve de exemplo para os demais.
POR: Romão Brandão e Stélvia Faria









