A informação foi avançada recentemente pelo Director do Gabinete Provincial da Educação no Namibe, Agostinho Neto, à margem da visita de trabalho que a Vice-Presidente da República efectuou naquela parcela do território nacional.
De acordo com o responsável da Educação no Namibe, para além da escassez de escolas, sobretudo do ensino primário, alguns aspectos culturais estão a contribuir para o elevado número de crianças em idade escolar fora do sistema normal de ensino.
Agostinho Neto, aponta a pastorícia e a transumância, como um dos principais motivos do problema. “Nós, nessa altura, controlamos um total de 12 mil 300 crianças fora do sistema normal de ensino, devido a vários factores, entre eles a exiguidade de professores e salas de aulas, em todos os municípios da província do Namibe”, revelou.
Ainda assim, o director do Gabinete Provincial da Educação informou que o Governo Provincial está a trabalhar para a redução do número de crianças fora do sistema normal do ensino, sendo que no ano lectivo passado, existiam no Namibe, um total de 14 mil 098 crianças fora do sistema de ensino, o que corresponde a 28 por cento de redução.
Necessidade de mais escolas e professores
O elevado número de crianças em idade escolar fora do sistema normal de ensino está a preocupar as autoridades administrativas da província do Namibe, que já começaram a desdobrar-se com a execução de várias acções para contrapor a situação.
Entre as diversas acções que estão a ser desenvolvidas pelo Governo Provincial do Namibe, destaca-se o lançamento do Programa “Okulinonga” ocorrido no município do Virei.
Segundo o director do Gabinete Provincial da Educação no Namibe, o referido programa prevê a construção de salas de aulas com material precário que, numa primeira fase, já foram construídas 12 salas, para albergar 420 alunos.
“A ideia é que não haja crianças fora do sistema de ensino por falta de salas de aulas, temos que encontrar alternativas como estas, para que as crianças tenham um lugar para aceder e permanecer na escola.
O projecto Okulinonga emerge como uma solução inovadora para a alfabetização em comunidades vulneráveis à criação de escolas itinerantes, para incentivar a frequência escolar”, disse.
Agostinho Neto informou que a província do Namibe precisa de pelo menos 1000 professores, com maior incidência para o ensino primário; e 45 escolas para colmatar a lacuna existente na rede escolar.
Por outro lado, o director do Gabinete Provincial da Educação no Namibe disse que, com a falta de professores, o Gabinete que dirige está a contar com os préstimos dos alunos finalistas dos Magistérios Primários e do 1.° Ciclo.
O responsável sublinhou igualmente a importância da parceria entre o sector empresarial privado e o Governo Provincial do Namibe, que tem resultado na construção de mais salas de aulas, tendo dito que, no lectivo passado, esta parceria permitiu a construção de quatro escolas do Ensino Primário, no âmbito da responsabilidade social corporativa das empresas que actuam na província.
“A existência de professores está intrinsecamente ligada à existência de salas de aulas, para se fazer uma projecção, é necessário que primeiro se construam salas de aulas em todos os municípios da nossa província”, defendeu o responsável.
Por: João Katombela, enviado ao Namibe