Apesar da redução significativa da taxa de fertilidade, que caiu de 6,9 filhos por mulher em 2015-2016 para 4,8, o país continua a enfrentar obstáculos no planeamento familiar, na gravidez na adolescência e no acesso equitativo a serviços de saúde materna, indica o inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde (IIMS) 2023-2024, trazendo à tona um retrato complexo da saúde sexual e reprodutiva em Angola
A análise feita por especialistas de dados no Workshop sobre Saúde Sexual e Reprodutiva, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para População (UNFPA), mostra que a fertilidade permanece elevada em jovens de 15 a 19 anos, marcada por casamentos e gravidezes precoces, agravados por barreiras culturais, económicas e de acesso a contraceptivos.
Entre adolescentes de 15 a 19 anos, 27% já estiveram grávidas, 21% tiveram pelo menos um parto vivo, 2% sofreram perda gestacional e 7% encontravam-se grávidas no momento da entrevista.
Os dados revelam ainda uma redução expressiva da fertilidade nas áreas urbanas, de 5,3 para 3,8 filhos por mulher, e mais lenta nas zonas rurais, de 8,2 para 6,9 filhos. Entretanto, o planeamento familiar segue como um ponto crítico, pois 37% das mulheres casadas ou em união continuam não tendo as suas necessidades satisfeitas.
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