Os juízes da Câmara Criminal do Tribunal Supremo estão sem provas documentais para sustentar a acusação de que o extinto Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN), antigo órgão afecto à Casa Militar do então Presidente da República, emprestou 150 milhões de dólares à China Sonangol Internacional, Lda., uma empresa sedeada em Hong Kong, em consequência de vários ataques realizados por hackers
A revelação foi feita pelo magistrado do Ministério Público, Lucas Ramos, ao apresentar as alegações orais no processo-crime n.º 38/2022, em que são arguidos o antigo director do GRN, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, que é apontado como a entidade que concedeu tal empréstimo, nunca devolvido, para, alegadamente, suportar parte das despesas relacionadas com a construção da urbanização Vida Pacífica.
Lucas Ramos explicou que os documentos desapareceram do sistema em virtude de sucessivos ataques cibernéticos de que foram alvo durante algum tempo, sem, no entanto, precisar se os documentos estavam na posse da Procuradoria-Geral da República (PGR), do Tribunal, do próprio GRN ou da Sonangol Imobiliária, Lda. (Sonip).
Esta última é a instituição para onde foi transferida toda a documentação relacionada com as empreitadas que estavam sob a alçada do GRN, aquando da sua extinção, em 2010. De acordo com a fonte, assim, a subsidiária da Sonangol, E.P., assumiu a coordenação, gestão e propriedade dos projectos habitacionais que haviam sido construídos ou estavam em fase de construção.
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