O governador de Benguela, Manuel Nunes, adverte para a disciplina e a necessidade de os gestores observarem critérios de gestão, ao abrigo do Programa de Desenvolvimento Local e Combate à Fome e à Pobreza. Reagindo às denúncias que apontam para desvios de bens destinados aos antigos combatentes e, por conseguinte, compadrio na entrega por parte de alguns administradores, Nunes Júnior admite entregar à justiça “indisciplinados”
Cresce, pelo interior de Benguela, as denúncias de alegados compadrios na disponibilização de kits para auto-emprego destinados aos antigos combatentes e veteranos de guerra. Antigos combatentes com quem este jornal privou denunciam aquilo a que chamam de introdução de fantasmas em listas de beneficiários, parte dos quais ligados a governantes.
Esse facto tem prejudicado aqueles que, verdadeiramente, o são, porque ficam sem os bens a eles destinados, contrariando, deste modo, o propósito do Programa de Desenvolvimento Local e Combate à Fome e à Pobreza, que destina uma quota dos 25 milhões, recebidos mensalmente, para essa franja da sociedade.
“Há casos em que governantes in- troduzem famílias seus”, denuncia um antigo combatente no município do Cubal, que, entretanto, pede para não ser identificado, te- mendo represálias. Uma fonte do Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes confirmou, em exclusivo a este jornal, a existência dessa prática em muitos municípios, embo- ra admita tendência de inversão do quadro.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela