O Tribunal de Comarca do Lubango retomou, na última quarta-feira, 18 de Junho, o julgamento do processo que ficou mediaticamente conhecido por Caso da Arquidiocese do Lubango, cujos arguidos são o presidente do Tribunal Inter-arquidiocesano e Chanceler daquela província eclesiástica e o empresário Baptista Tchiloia, acusados de terem cometido os crimes de difamação e calúnia contra o clero e o seu responsável
A primeira sessão de audiência de julgamento do referido caso teve início no dia 16 de Abril do ano em curso, do qual foram ouvidos os principais arguidos, nomeadamente, o presidente do Tribunal Inter-arquidiocesano e Chanceler da Arquidiocese do Lubango, padre Abrão Tyipa, de 80 anos de idade, e o empresário Baptista Tchiloia.
Depois da audiência dos arguidos, a juíza da causa solicitou a presença do Arcebispo do Lubango e de um representante do Ministério da Agricultura, na qualidade de principais declarantes ao processo.
A sessão começou com a tradicional discussão de questões prévias, entre o Tribunal, o Ministério Público e o corpo de defesa de ambas as partes, durante a qual nada foi dito sobre a presença da imprensa na sala de audiências de julgamento.
Muito antes do interrogatório feito pelo Tribunal ao Arcebispo do Lubango, a imprensa foi retirada da sala, num pedido que, de acordo com os oficiais de justiça em serviço neste dia, terá sido feito pelo próprio Arcebispo.
O interrogatório ao arcebispo teve a duração de cerca de três horas, sendo que, de seguida, foi ouvido o pároco da Nossa Senhora da Muxima do Toco, padre Américo da Costa Gomes.
Entretanto, o silêncio do Ministério da Agricultura fez com que a mesma audiência fosse adiada para uma data a anunciar, apesar de o mesmo ter sido notificado na primeira sessão de audiência de julgamento ocorrida a 16 de Abril do ano em curso.
Por esta razão, a juíza da causa, Violeta Tchiteta, voltou a solicitar os pronunciamentos do Ministério da Agricultura e Florestas, para esclarecer todas as dúvidas do Tribunal, já que foi este o principal dador dos bens supostamente destinados a uma acção social que estava sendo desenvolvida na Missão Católica da Vila da Ponte, no município do Kuvango.
“Tendo em conta que é essencial nos presentes autos, o esclarecimento de quais bens foram doados, a quem foram entregues, cuja resposta a estas questões se aguarda do Ministério da Agricultura.
Fica suspensa a presente sessão de julgamento para uma data a indicar, na qual também, se possível, será ouvido o padre Faustino Tyipatuka”, anunciou a juíza da causa.
A sessão de audiência de julgamento da última quarta-feira teve o seu início por volta das 10 horas do dia 18 do mês em curso, tendo terminado perto das 21 horas do mesmo dia.
Este julgamento foi retomado na última quarta-feira, na 1ª Secção dos Crimes Comuns, onde o Arcebispo metropolita do Lubango, Dom Gabriel Mbilingu, compareceu sem as vestes eclesiásticas ou litúrgicas, para além do cabeção, por volta das 10 horas da manhã.
Os arguidos são acusados de terem cometido os crimes de difamação e calúnia contra o clero da província eclesiástica do Lubango e o seu responsável máximo, Dom Gabriel Mbilingui, ao publicarem notícias nas redes sociais sobre a suposta existência de uma rede criminosa, liderada pelo Padre Américo da Costa Gomes.
por: João Katombela, na Huíla