Com 28 anos, o estudante Jovete Gregório Miguel, finalista do curso de electrotecnia e electrónica industrial da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Namibe, é o rosto de uma inovação que pode transformar a vida de milhares de pessoas com deficiência visual em Angola
Nascido no município de Moçâmedes, província do Namibe, Jovete desenvolveu uma bengala inteligente equipada com sensores e um sistema microcontrolado capaz de detectar obstáculos e emitir alertas em tempo real. Com respostas firmes, o jovem inventor conta que a sua motivação surgiu da observação do quotidiano e da empatia pelas dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência visual.
“A motivação nasceu da empatia e da observação da realidade das pessoas com deficiência visual, que muitas vezes enfrentam obstáculos perigosos no dia-a-dia. Vi na tecnologia uma ferramenta poderosa para promover autonomia e segurança a esse grupo”, afirmou. Terceiro de sete filhos, Jovete cresceu num ambiente modesto, mas fértil para o desenvolvimento de habilidades criativas.
Desde pequeno, sentia-se atraído por tudo o que envolvia funcionamento e mecanismos. “Gostava de desmontar brinquedos para entender como funcionavam”, relembra. A curiosidade infantil transformou-se num propósito: usar a engenharia para responder às necessidades da sociedade. “Cresci num ambiente em que tive de improvisar bastante, e isso contribuiu para o meu gosto por tecnologias”, partilha Jovete, que combinou criatividade, senso de responsabilidade, sensibilidade social e formação académica para a criação da bengala inteligente.
POR: Stélvia Faria
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