Hermenegildo Cassana Gelelembala, efectivo do serviço penitenciário, está “condenado” a viver com um projétil de bala no abdómen há seis anos, em consequência de um tiro efectuado no interior da Comarca do Lubango pelo seu colega João Hélder Sacoteque Chivembe, durante uma rebelião. Por vezes, a vítima ainda sente dores na região atingida
O autor do disparo entrou no estabelecimento penal empunhando a arma de fogo, no momento em que decorria uma rebelião realizada pelos reclusos, no dia 18 de Fevereiro de 2019, em jeito de protesto pela morte do recluso Cipriano Cavella Daniel “Paus Pire”, resultante de agressões físicas e psicológicas que terá sido supostamente praticada por efectivos da Unidade Especial de Segurança e Intervenção (UESI), da referida cadeia.
Segundo apurou o jornal OPAÍS, o caso também está a ser analisado pela equipa de operadores de direito que intervém no âmbito do julgamento do processo-crime sobre o homicídio qualificado do aludido recluso que o Ministério Público, junto da Câmara Criminal do Tribunal Supremo, move contra 14 efectivos do serviço penitenciário na Huila, entre os quais o comissário- prisional Miguel Arcanjo.
Hermenegildo Cassana foi socorrido para o Hospital Central do Lubango, onde foi submetido a uma intervenção e perma- neceu internado até o dia 15 de Março de 2019. Na altura em que teve alta, a equipa médica que o assistiu determinou que deveria permanecer por 90 dias sob acompanhamento, repartido em 30 dias de incapacidade absoluta para o trabalho e 60 dias de incapacidade parcial.