Os advogados dos implicados no processo-crime n.º 38/2022, que têm entre os principais arguidos os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, antigo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do então Presidente da República, e o general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, têm até segunda-feira para analisar e apresentar novas propostas de quesitos aos juízes que conduzem este mediático caso
Anabela Valente, juíza presidente da causa, viu-se, ontem, obrigada a adiar a data de leitura do acórdão, após o colectivo de juízes ter apresentado os cerca de 300 quesitos (questões a que são obrigados a responder para fundamentar a sentença), pelo facto de os advogados terem solicitado alguns dias para analisar cada um deles e prepararem a proposta.
Antes de questionar os causídicos a respeito, a juíza indagou à instância do Ministério Público, liderada pelo procurador Lucas Ramos, se tinham algo a crescer, e a resposta foi negativa. Para o magistrado, os 285 quesitos são suficientes para fundamentar a decisão, tendo em conta as provas produzidas nas audiências de discussão e produção de provas.
Para convencer o colectivo de juízes a anuírem ao seu pedido, a defesa lembrou ao tribunal que, na última audiência, já havia sido solicitado ao tribunal o acesso aos quesitos por considerar ser “humanamente impossível” reter e pronunciar-se sobre todos os quesitos. Tendo em conta que muitas das perguntas são sobre questões legais, os advogados enfatizaram que carecem de mais tempo para a sua leitura, análise e reformulação.